Voltar

Educação

Um em cada três alunos tem sinais de sofrimento psicológico

Educação

Um em cada três alunos tem sinais de sofrimento psicológico

Cerca de um terço dos alunos das escolas portuguesas tem sinais de sofrimento psicológico e défice de competências socio emocionais, um problema que se agrava com o avançar da escolaridade e afeta mais as raparigas, concluiu um estudo divulgado esta semana. 

O estudo “Observatório Escolar: Monitorização e Ação | Saúde Psicológica e Bem-estar” foi realizado este ano junto de 8.067 crianças e adolescentes que frequentam escolas portuguesas, desde o pré-escolar até ao 12.º ano. Ontem divulgamos os resultados que dizem respeito aos docentes e hoje falamos dos alunos abrangidos neste mesmo estudo.

Segundo os investigadores, os problemas de saúde mental agravam-se à medida que os alunos crescem, até chegarem ao 12.º ano, altura em que são relatados mais problemas.

Ao longo do percurso escolar surgem duas exceções, as crianças do 2.º ano e os jovens do 8.º, que aparecem também especialmente vulnerabilizadas.

Os estudantes do 5.º ano aparecem como os mais satisfeitos com a vida e com menos sintomas de mal-estar psicológico: São os mais otimistas, confiantes, com maiores índices de sociabilidade, criatividade, energia e menor ansiedade face aos testes.

Entre os mais velhos, os alunos das escolas do Alentejo aparecem como sendo os mais satisfeitos com a vida, por oposição aos algarvios que são os que se sentem pior, com menos confiança, sociabilidade e menor índice de relações positivas com os professores.

Os alentejanos são os que têm perspetivas mais positivas e dos que menos sofrem com os testes, por oposição aos alunos do Algarve e Norte que sentem maior pressão com o aproximar das provas.

Esta é a primeira vez que o Ministério da Educação pede um estudo nacional sobre a saúde psicológica e bem-estar da comunidade escolar que, segundo o ministro João Costa, passará a ser realizado periodicamente.

Numa comparação entre géneros, os rapazes mostraram ter uma melhor perceção de bem-estar, satisfação com a vida e menor sintomatologia de mal-estar psicológico. Eles são mais otimistas, têm maior controlo emocional, mais confiança, sociabilidade, mas também sofrem mais de ansiedade face aos testes e são mais vezes vítimas de 'bullying'.

Os investigadores defenderam por isso que as raparigas carecem de “atenção redobrada à medida que se avança na escolaridade”.

O estudo surgiu na sequência da pandemia de covid-19, precisamente para perceber o efeito na comunidade escolar, concluindo que um em cada três alunos considerou que a vida na escola piorou, um quinto achou que a vida com os amigos também ficou pior e 28,4% referiu que a vida consigo mesmo também se agravou. Já a vida em família manteve-se inalterada para a maioria (56,7%).

Para Margarida Gaspar de Matos, os resultados não são dramáticos: “Isto não é uma catástrofe nacional, é apenas um período de vulnerabilidade nacional”, defendeu a coordenadora do estudo, realizado em parceria pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), Direção-Geral da Educação (DGE), Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar (PNPSE), e com a colaboração da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) e Fundação Calouste Gulbenkian. 


PUB
PUB
PUB

Música

Declaração de interesse nacional da obra de José Mário Branco

Acabou de tocar...

BEJA meteorologia
Top
Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.