A ferramenta vai ser agora disponibilizada aos 20 produtores do grupo piloto do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA) e, mais tarde, a todo o setor, indicou hoje à agência Lusa o gestor do programa, Gonçalo Moreira.
Segundo o responsável, o referencial, com 21 capítulos que abrangem várias áreas, vai estar alocado a uma plataforma onde os produtores também vão poder fazer uma autoavaliação sobre o nível de sustentabilidade da sua produção.
Os dois instrumentos, a disponibilizar em julho na página de Internet do PSAA, fazem parte da primeira fase do programa, liderado pela Olivum - Associação de Olivicultores do Sul, com sede em Beja, em parceria com a Universidade de Évora (UÉ).
“Há sempre um mínimo olímpico que o produtor tem que cumprir para poder iniciar o seu caminho no PSAA e, depois, pode ir ao longo do tempo melhorando a sua produção e o seu nível de sustentabilidade”, assinalou.
Ao fazer a autoavaliação, adiantou o gestor do programa, o produtor fica com “um relatório de melhorias” para saber em que aspetos “pode melhorar para atingir os níveis mais altos de produção sustentável”.
Os prazos para a implementação das melhorias são articulados com o produtor, mediante a disponibilidade, dimensão e objetivos, disse Gonçalo Moreira, realçando que haverá um acompanhamento e uma avaliação constante do nível de sustentabilidade da produção.
“Esta plataforma tem também ferramentas técnicas para apoio à decisão do produtor e não é só uma questão de se fazer uma autoavaliação é também saber se efetivamente está a fazer bem e como é que pode fazer melhor”, sublinhou.
O referencial de sustentabilidade foi construído com um grupo piloto, constituído por 20 produtores, com 12 lagares e 10 marcas de azeite representadas e cujos olivais correspondem a 12,5 por cento da área ocupada por esta cultura no Alentejo.
Com os capítulos do referencial já definidos, precisou o responsável, estão agora a ser “fechadas as autoavaliações feitas pelos produtores” do grupo piloto, numa espécie de teste para se perceber “quais são os capítulos que são eliminatórios”.
Ou seja, os capítulos agora em análise são os que os produtores “têm mesmo de cumprir, porque, não cumprindo, não podem iniciar o processo de certificação [de produção sustentável] que, depois, teremos no futuro”, explicou.
De acordo com Gonçalo Moreira, na segunda fase do PSAA, que ainda não tem data para arrancar e está dependente de fundos comunitários, pretende-se “utilizar e colocar as ferramentas em prática em contexto real” nos olivais e lagares.
“Queremos ver o que é que há a melhorar e o que é que podemos ter que alterar ou não para, depois, numa terceira fase então abrirmos a todo o setor e começarmos a trabalhar com o programa e, principalmente, passarmos a certificação”, acrescentou.
Apresentado há pouco mais de um ano, o PSAA tem como principais beneficiários os produtores de azeite e os lagares do Alentejo e pretende contribuir para melhorar o desempenho ambiental, social, económico e cultural do setor.
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