O reconhecimento oficial foi publicado, esta segunda-feira, em Diário da República através de um despacho de 21 de junho da ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes. O documento visa minimizar os efeitos da seca na atividade agrícola e no rendimento dos agricultores.
No despacho citam-se os dados de monitorização agrometeorológica e hidrológica para se dizer que a situação de seca no continente, após ligeira melhoria nos meses de março e abril, “voltou a apresentar um agravamento significativo nos meses de maio e junho de 2022 com consequentes impactos negativos na atividade agrícola”.
Para Rui Garrido, presidente da ACOS - Associação de Agricultores do Sul, é um despacho que reconhece uma situação que os agricultores já sabiam e para o qual já têm vindo a alertar.
“É uma situação que nós já conhecíamos, o que não conhecemos é medidas de apoio aos agricultores, face a esta situação dramática de seca”, ao qual se junta o aumento dos fatores de produção, que têm vindo a agravar com a escalada do conflito na Ucrânia, sublinha Rui Garrido.
Todas as associações ligadas à agricultura têm vindo a alertar o Governo para a necessidade de serem implementadas medidas de apoio.
O presidente da ACOS realça que são necessárias “ajudas diretas”, que precisam de ser autorizadas, para apoiar as culturas e pecuária, de forma a que os produtores consigam suportar os custos de produção.
Rui Garrido relembra que na última Ovibeja, a ministra da Agricultura falou em algumas ajudas, porém, até agora, os agricultores não têm conhecimento dessas medidas. “Quando e quanto vão ser essas ajudas”, questiona o presidente da ACOS.
Entende igualmente que o esforço para garantir estes apoios deve vir não só do governo português, como também da União Europeia, que deve reconhecer a situação seca que o País atravessa, de forma a autorizar ajudas diretas aos agricultores.
Os agricultores precisam saber com que tipo de medidas podem contar, que tipo de apoio vão ter, “sob a pena de muitas explorações pararem as suas atividades agrícolas e pecuárias”. Um despacho que reconhece a situação de seca em Portugal “vale o que vale, precisamos é de medidas”, termina Rui Garrido.
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