O apoio aumenta para quase 80 por cento na América Latina, onde foram inquiridos habitantes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, adiantou a organização não-governamental (ONG) World Wide Fund for Nature (WWF).
A proposta de solução mais popular entre as mais de 23 mil pessoas inquiridas em 34 países é a responsabilização de fabricantes e vendedores pela redução, reutilização e reciclagem de embalagens plásticas (78 por cento concordam com esta medida).
Outras propostas aceites pela maioria são a proibição de plásticos de difícil reciclagem (77 por cento) e plásticos descartáveis (75 por cento), além da exigência de rótulos que indiquem claramente as possibilidades de reaproveitamento (77 por cento).
Já 76 por cento dos entrevistados também defendem obrigar os fabricantes a utilizar plástico reciclado no fabrico de diversos produtos que contenham esse material.
“Esta investigação é a prova de que há uma procura esmagadora por um tratado global sobre a poluição pelos plásticos que responsabilize os governos e as empresas que produzem mais”, sublinhou a fundadora da Plastic Free Foundation, Rebecca Prince-Ruiz, associação que participou da elaboração do trabalho.
Este relatório é divulgado uma semana antes do início da primeira reunião no Uruguai do comité de negociação intergovernamental para a poluição plástica.
Este comité procurará chegar a um acordo vinculativo para combater a poluição causada pelos plásticos até 2024, conforme acordado na reunião do Programa Ambiental da ONU em fevereiro.
Segundo esta organização, o aumento dos níveis de contaminação por este material representa um “grave problema ambiental global que afeta negativamente as dimensões ambiental, social, económica e de saúde do desenvolvimento sustentável”.
Num cenário sem intervenções, a quantidade de resíduos plásticos nos ecossistemas aquáticos pode triplicar, passando de 9 a 14 milhões de toneladas em 2016 para 23 a 47 milhões em 2040, segundo dados do programa das Nações Unidas.
O WWF estima que mais de 2.000 espécies de animais são afetados pela presença de plásticos poluentes nos seus ecossistemas.
“O processo de negociação deste tratado global exporá as diferenças entre os países, e não podemos permitir que os retardatários determinem o nosso futuro”, alertou o responsável pela política global de plásticos do WWF, Erik Lindebjerg.
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