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Seis em cada 10 famílias têm dificuldade em pagar a casa

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Seis em cada 10 famílias têm dificuldade em pagar a casa


Seis em cada 10 pessoas sentem dificuldade nos custos mensais com a habitação e dois terços identificam a necessidade de reparações ou melhorias urgentes na residência, conclui o barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) anunciou que, "dando continuidade à sua missão de aprofundar o conhecimento sobre a realidade portuguesa e providenciar bases científicas que promovam o debate e contribuam para a tomada de decisões que definem o futuro do país", lança os barómetros da fundação.

O primeiro barómetro, centrado no tema da crise da habitação em Portugal, pretende fornecer "mais e melhores dados sobre as condições em que as famílias vivem, as necessidades e dificuldades que enfrentam, e as suas perceções e convicções" sobre a temática, referiu a fundação em comunicado.

O Barómetro da Habitação sondou 1.086 pessoas, numa amostra representativa da população portuguesa ao nível do sexo, idade e região NUTS II (nomenclatura das unidades territoriais para fins estatísticos), num inquérito realizado pela empresa Domp, que resultou num relatório de Alda Azevedo (ICS - Instituto de Ciências Sociais) e João Pereira dos Santos (ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão), da Universidade de Lisboa.

Segundo uma nota da FFMS sobre os resultados, a que a Lusa teve acesso, a população inquirida reside, em média, há 20 anos na habitação atual e, em termos de regime de ocupação de alojamento, a maioria vive em casa própria (66,4 por cento), sendo que 31,2 por cento destes, com empréstimo.

Entre os arrendatários (17,2 por cento), um em cada seis não tem contrato escrito e 13,3 por cento habita em casa "cedida, sem custos (herdada, emprestada, casa de familiares, a título de salário)" e 2 por cento arrenda a uma entidade pública ou equivalente (município, Estado ou entidade do terceiro setor).

No que toca aos custos médios mensais com o empréstimo bancário ou a renda da casa, não obstante fortes diferenças regionais, os agregados com custos (51 por cento) "despendem, em média, 573 euros mensais fixos com o empréstimo ou a renda" e os arrendatários do setor privado têm os custos mais elevados (679 euros/mês).

O relatório concluiu que "62 por cento destes agregados, isto é, seis em cada 10 pessoas, sentem algum grau de dificuldade em fazer face aos custos mensais com a habitação e 13 por cento, ou seja, um em cada oito, sentem mesmo grande dificuldade em pagar as despesas".

"A maioria dos inquiridos (81 por cento) diz-se satisfeita com a casa em que reside, mas dois terços identificam reparações ou melhorias urgentes a fazer na sua habitação", apontou o estudo, acrescentando que, à cabeça, estão a necessidade de isolamento das janelas ou das portas (15,1 por cento), a reparação de infiltrações ou situações de humidade no teto e nas paredes (10,7 por cento) e a pintura de paredes (9,9 por cento).

Em relação ao risco de perder a casa atual e à solução perante essa possibilidade, "um em cada nove inquiridos (12 por cento) pensa estar em risco de perder a sua casa nos próximos cinco anos, pelo aumento da renda ou da prestação do crédito à habitação (50 por cento) ou por iniciativa do senhorio (28 por cento)".

Se tivessem de sair da casa onde vivem, 33,9 por cento dos inquiridos referiram que "não teriam para onde ir, ou seja, necessitariam de alguma forma de apoio social", enquanto 33,1 por cento disse que arrendaria uma casa, 14,2 por cento iria viver com familiares, 8,7 por cento  compraria uma casa, e 7,9 por cento iria viver com pessoas fora da família.

Questionados sobre condicionamentos colocados por dificuldades no acesso à habitação, desde 2015, mais de um em cada quatro inquiridos (27 por cento) referiu que "o acesso à habitação já condicionou decisões de vida, com uma média de duas decisões de vida condicionadas", percentagem que "é maior entre os arrendatários e os mais jovens (36 por cento para a faixa etária 18-34 anos e 33 por cento para a faixa 35-54 anos)".

As decisões de vida mais condicionadas terão sido mudar de localidade de residência (34,9 por cento), sair de casa dos pais (31,5 por cento), ir viver sozinho (28,1 por cento) e casar ou ir viver com companheiro (25,7 por cento). Os inquiridos também mencionaram, embora com menor importância, as decisões de ter o primeiro filho (15,1 por cento) ou mais uma criança (9,9 por cento), arranjar emprego (14,4 por cento) ou mudar de trabalho (13 por cento) e emigrar (9,2 por cento).

O universo da sondagem, de residentes em Portugal continental, com 18 ou mais anos, é composto por 52 por cento do sexo masculino e 48 por cento do sexo feminino, com idade média de 51,7 anos, e 38 por cento da amostra tem o ensino superior, 36 por cento o ensino secundário, 9 por cento estudou até ao 9.º ano, tendo o trabalho de campo decorrido entre 14 de agosto e 17 de setembro.




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