Numa intervenção num almoço/convívio realizado na Mina de São Domingos, no concelho de Mértola, Paulo Raimundo advertiu que é necessário que as promessas feitas nos últimos dias por representantes do governo sejam respeitadas.
«Ano após ano, continuamos a assistir ao resultado de políticas erradas, nomeadamente no ordenamento do território e na política da floresta, ano após ano se lamenta a ausência de medidas estruturais», considerou o secretário-geral comunista, perante cerca de 200 pessoas, na localidade mineira do concelho de Mértola.
Salientando que os fogos «não são obra do acaso, têm várias causas», o dirigente do PCP apontou como «causa funda para o drama dos incêndios» as «opções da política de direita» que levam à falta de investimento na floresta, no mundo rural e na Proteção Civil, além de falta de prevenção.
«E daqui, pela proximidade, prestamos a solidariedade, uma palavra amiga, acolhedora, às populações do concelho de Odemira e a todos os que estiveram a combater este tremendo incêndio, aos bombeiros, aos profissionais das forças de segurança, à Proteção Civil, às populações», disse.
Paulo Raimundo manifestou também a solidariedade com as vítimas dos outros fogos que deflagram «um pouco por todo o País» e lamentou que em Odemira se volte a repetir a visita de ministros e secretários de Estado a prometer apoios às populações afetadas.
«Já conhecemos a história. Estamos a ter um vaivém de ministros e secretários de Estado e outras personalidades ao concelho de Odemira, cada um que lá vai faz uma promessa nova, vamos recorrer a este programa, agora vamos recorrer àquele, agora vai ser isto, agora vai ser aquilo», criticou. O que é preciso, no caso de Odemira, é que os apoios, «que são devidos às populações, rapidamente cheguem às populações, aos agricultores e àqueles que querem por a terra a trabalhar, que é isso que é preciso», alertou.
Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP também lembrou que em relação à seca, que classificou como «mais um drama» que o País enfrenta todos os anos, o PCP apresentou em outubro, na Assembleia da República, «um plano nacional para prevenção estrutural dos efeitos da seca».
«Mais uma proposta fundamental para o nosso presente e o nosso futuro que os aliados da política de direita decidiram chumbar. Não faz mal, a nossa proposta foi chumbada, mas ela continua válida, ainda mais válida hoje do que na altura em que foi chumbada, e não abdicamos de voltar a ela», prometeu.
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