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Seca: Situação “melhorou” em Beja, mas prejuízos são “irrecuperáveis”

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Seca: Situação “melhorou” em Beja, mas prejuízos são “irrecuperáveis”


A situação de seca “melhorou um pouco” no distrito de Beja com as chuvas registadas no início da primavera, mas os prejuízos provocados antes são “irrecuperáveis”, segundo o presidente da ACOS - Associação de Agricultores do Sul. 

“É evidente que melhorou um pouco. Há mesmo zonas, no sul do distrito de Beja, com solos mais fracos, em que estas chuvas provocaram logo escorrimentos e encheram pequenas charcas e barragens utilizadas para o abeberamento do gado”, disse Rui Garrido. 

Mas, continuou, “quando choveu, havia já prejuízos provocados pela seca que são irrecuperáveis, quer nas pastagens/forragens, quer nos cereais, quer nas oleaginosas de outono/inverno, como a colza”. 

Rui Garrido falava numa entrevista concedida ao gabinete de imprensa da edição deste ano da Ovibeja, enviada à comunicação social pela promotora desta feira agropecuária, a ACOS. 

Segundo Rui Garrido, “o facto de as temperaturas também não terem sido muito altas, também foi positivo” para a melhoria da situação de seca no distrito de Beja, mas “o que choveu foi pouco para repor as pastagens”. 

Por isso, lamentou, “os agricultores continuam a alimentar o gado usando forragens conservadas e palhas que tinham e comprando rações”, que estão com preços “cada vez mais altos” e, “mais uma vez”, há a “possibilidade de faltarem no mercado”. 

“A mesma situação verificou-se com quem faz agricultura biológica”, porque “faltam os produtos para alimentar o gado”, indicou, referindo que, neste caso, “houve, e bem, abertura do Ministério da Agricultura para que pudessem ser utilizados outros tipos de alimentos da agricultura convencional”. 

Rui Garrido disse que os agricultores e a ACOS querem que a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que foi reconduzida no cargo e transitou do anterior para o atual Governo PS, “oiça os agricultores”. 

“A ministra agora faz parte de um governo que é para quatro anos e é preciso que trabalhe connosco, oiça a lavoura, oiça as nossas opiniões, isso é fundamental num ministro”, vincou, frisando que isto, “por vezes, não tem acontecido” com Maria do Céu Antunes. 

Segundo o responsável, “são conhecidas as desavenças” que têm existido “em determinados momentos entre ministra e a CAP” - Confederação dos Agricultores de Portugal, da qual fazem parte a ACOS e a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA), também presidida por Rui Garrido. 

Por isso, “o que desejamos é ter uma ministra que oiça e trabalhe com a lavoura, porque torna tudo mais fácil para ela e também para nós e há mais possibilidade de chegarmos a consensos”, notou. 

 

RVP/Lusa


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