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Agricultura

Seca: “esperam-se apoios diretos que o Estado terá que assumir”, frisam agricultores

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Seca: “esperam-se apoios diretos que o Estado terá que assumir”, frisam agricultores

A situação de “seca severa e extrema” que se vive no distrito pode levar à “falência de algumas explorações agrícolas e à diminuição dos efetivos pecuários”, salientam agricultores, dizendo que as ajudas anunciadas “pecam por tardias” e que se esperam “apoios diretos assumidos pelo Estado”.


A campanha de regadio nos territórios servidos por Alqueva está garantida pois as chuvadas do final de 2022 permitiram aumentar significativamente as reservas de água, mas nos concelhos onde o sequeiro determina o sucesso das produções, por esta altura, já não há “pastagens, nem forragens, ou seja, não há o que dar de comer aos animais”, esclarece Claudino Matos, diretor-geral da ACOS - Associação de Agricultores do Sul.

Com “pastagens e forragens esgotadas é preciso recorrer aos fenos e palhas, que estão a preços incomportáveis, e que não se encontram, fala-se mesmo em importação de outros países da Europa”, explicou Claudino Matos.

Para este responsável, as medidas de apoio anunciadas esta semana pelo Governo “pecam por tardias” pois “dizem respeito ao estabelecido na Política Agrícola Comum (PAC) e não do Orçamento do Estado. Estamos em maio e ainda dependentes da aprovação da Europa, quando na vizinha Espanha estas matérias já avançaram há muito”. Esperam-se sim, frisou Claudino Matos, “apoios diretos que o Estado terá de assumir”.

“Em todo o Alentejo, mas em especial no distrito de Beja e no Litoral alentejano, a situação é calamitosa, as chuvas intensas dos últimos meses do ano passado encheram Alqueva, mas deixaram charcas e outros furos sem as reservas necessárias para plantas e animais”, revelou Claudino Matos.

Avançou, ainda, Claudino Matos, que “há muito que se reivindicam seguros agrícolas, repartidos pela banca, Estado e agricultores, para ajudar todos os que nos últimos 10 anos passaram por diversas situações de seca severa e extrema. Se esta possibilidade não se viabilizar vamos assistir à falência de algumas explorações, assim como à diminuição significativa de efetivos pecuários. Situação que já se nota nos leilões que a ACOS realiza e onde há cada vez mais animais, em particular gado bovino, a ser vendido”.



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