A moção diz que o partido deve ter “agilidade suficiente” para se abrir “a todo um espetro não socialista, desde que moderado”.
Atendendo a esse objetivo e para que o PSD se assuma “como um grande partido”, é preciso “encontrar um discurso convincente, acutilante, motivador e apresentar um partido disruptivo na ação e moderno na organização”, pode ler-se no texto.
É preciso “assumir que há partidos que se agigantaram, enquanto nós estagnámos, e replicar algumas boas práticas, fazendo com que nos tornemos numa verdadeira laranja mecânica, em vez de olharmos para o lado e nos resignarmos a lamentar a mecânica dos outros”, afirma.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Distrital de Beja do PSD, Gonçalo Valente, explicou que o documento, aprovado por unanimidade na Assembleia Distrital, no final da semana passada, lança “um conjunto de propostas para modernizar o partido”.
“Devido à fase que o partido atravessa, achámos que deveríamos lançar estas propostas, em jeito de repto, que visam melhorar as dinâmicas internas”.
No documento, é sugerido também ao partido “uma franca reflexão sobre o percurso nos últimos 20 anos”, com a distrital a defender que os sociais-democratas têm que “estar disponíveis para despertar”, ou seja: “Não é mudar quem somos, despertar é mudar quem não somos”.
O PSD/Beja defende ainda que é preciso avançar com a reforma do sistema eleitoral, “sucessivamente adiada” apesar de ser “enunciada por todos os partidos e governos”.
Gonçalo Valente disse que, para distritos do interior como o de Beja, “o maior do país” em área, mas que “só elege três deputados”, é importante introduzir “outros critérios” que “minorem os efeitos da perda de população”.
“O único fator de avaliação atual é a densidade populacional, mas devemos acrescentar a essa equação mais alguns itens, para que o sistema eleitoral seja mais justo e o território não perca representatividade”, disse, sugerindo um segundo círculo eleitoral nacional.
A moção reclama também que o PSD nacional esteja “alinhado” com algumas ‘bandeiras’ regionais, como a do avanço da 2.ª fase de ampliação do Hospital de Beja, projeto em que o partido “até já se absteve”, o que causou “algum constrangimento” às estruturas locais.
O aproveitamento do Aeroporto de Beja para voos de passageiros como alternativa aos aeroportos “sobrelotados” de Lisboa e Faro é igualmente defendido pela distrital.
O 40.º Congresso do PSD decorre de sexta-feira a domingo, no Porto.
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