O Dia Mundial da Saúde Mental foi assinalado, a nível nacional, na passada segunda-feira, 10 de outubro, no Ifarmed e na data marcada no calendário para esta celebração. Também na passada segunda-feira, o Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do hospital de Beja fez a sua celebração juntando, num passeio pela cidade, profissionais e doentes deste serviço.
Hoje o Centro Unesco, em Beja, recebe, durante todo o dia, a 9.ª edição do Encontro da Saúde Mental da ARIS da Planície. A iniciativa é aberta a toda a comunidade e as mesas redondas, e as conferências, são ponto de partida para “o debate sobre a saúde mental da região, reunindo pessoas, e entidades, que trabalham estas áreas no território”.
A 9.ª edição do encontro da ARIS da Planície é dedicada ao tema “Tornar a Saúde Mental e o Bem-Estar, uma Prioridade Global”, seguindo o mote do Dia Mundial da Saúde Mental, estipulado para 2022 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Dar visibilidade aos problemas das pessoas que vivem no Baixo Alentejo e ser uma mostra pública dos projetos em execução” são os objetivos desta realização.
Ana Matos Pires, Coordenadora Regional de Saúde Mental da Administração Regional de Saúde do Alentejo, destacou, do programa do encontro de hoje, a mesa redonda que “reúne entidades locais, entre elas a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) e a Incubadora de Inovação Social do Baixo Alentejo (IISBA), para se falar sobre o tema «Bem-estar uma prioridade local», na ótica da prevenção, trabalhando com a comunidade para a comunidade”.
Tendo em atenção o tema do bem-estar, Ana Matos Pires recordou que, durante a pandemia, “os jovens, dos 15 aos 25 anos de idade, foram os que mais tiveram a sua vida amputada, viveram uma situação pandémica que os impediu de socializar e logo a seguir confrontaram-se com uma guerra”.
Para a médica psiquiatra e coordenadora regional de saúde mental, “as perturbações ansiosas e depressivas têm, muitas vezes, origem em fatores sociais, e económicos, e os jovens ficam, no contexto atual, com as suas vidas complicadas, pois a realidade dificulta-lhes a aprendizagem e concretização de competências sociais necessárias neste período da vida”.
Ana Matos Pires avançou, contudo, com uma notícia positiva, “a criação de uma equipa comunitária, na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), que trabalha as questões da saúde mental na infância e juventude”.
Refere, Ana Matos Pires, que “não foi possível recrutar para a equipa mais uma pedopsiquiatra, devido à dificuldade que existe em encontrar profissionais desta especialidade”, mas que foram contratados outros profissionais que acrescentam esta resposta tão necessária no território”.
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