Passados quase cinco meses, “no concelho de Beja - com população envelhecida e a precisar de cuidados de saúde de proximidade - são muitas as extensões que continuam encerradas, principalmente nas freguesias mais pequenas”. Há mesmo, “freguesias do concelho de Beja onde não vai um médico há mais de três meses”, denuncia, também, a Comissão de Utentes, divulgando os relatos que lhe chegam de utentes que referem, igualmente, “a inexistência de transportes” para se deslocarem. As declarações são de Isabel Santos, da Comissão de Utentes de Beja.

“As respostas em saúde da população de Beja são, na maior parte das vezes, o médico e o enfermeiro de família e neste período, em que tudo tem estado direcionado para o Covid-19, o acesso aos cuidados de saúde de proximidade, fundamentais para a prevenção e tratamentos de doenças crónicas foi o primeiro a faltar e a continuar inexistente”, referiu, também, Isabel Santos. A Comissão de Utentes de Beja teme “o agravamento das situações de saúde destas pessoas” e frisa que “consultas por telefone não são, nem podem ser, alternativa às presenciais”.

Para a Comissão de Utentes de Beja “é preciso que seja feita a reabertura imediata das extensões de saúde, de forma a permitir a continuidade dos cuidados de saúde de proximidade, assim como fomentar os cuidados domiciliários”. “Mas sem esquecer”, frisou, ainda, Isabel Santos, que “são necessários mais investimentos no SNS - contratando mais profissionais e equipamentos para hospitais e centros de saúde - e que esta é uma responsabilidade do Governo”.

A Comissão de Utentes de Beja diz estar “atenta” e a “preparar ações que possam ajudar a denunciar, e a resolver, todos estes problemas”. Ações que serão divulgadas na página de facebook da Comissão. Esta entidade saúda, igualmente, “a luta de todos os profissionais de saúde pela contratação, tabela salarial e defesa das 35 horas de trabalho aplicadas a todos por serem questões fundamentais para a defesa da saúde e para dignificar os seus trabalhadores.”