“Comparando com 2021, a campanha de cereais deste ano deu, de novo, menos 30 por cento. Não há dúvidas que a seca marcou negativamente quantidade e qualidade dos grãos”, avança José Miguel Ribeiro. O gerente da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches esclarece que “o ciclo da produção foi mais curto e o grão não encheu de forma conveniente, ficou com o calibre baixo”.
“A inflação e os custos de produção elevados com os quais se deparam os agricultores, que se dedicam à produção de cereais, estão a prejudicar os seus rendimentos. E num território em que a área disponível para cereais tem diminuído estamos longe da auto suficiência”, deixa claro, também, José Miguel Ribeiro.
Quanto ao futuro, o gerente desta Cooperativa refere que “se as condições meteorológicas ajudarem poder-se-á recuperar os 30 por cento de produção que se perderam no ano que passou e neste”. Não prevê, contudo, ser esta uma possibilidade fácil devido ao facto, “das situações de seca prolongada serem cada vez mais frequentes”.
Recordamos que o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou, recentemente, no passado dia 22 de julho, que no ano agrícola 2020/2021, a “produção de cereais de outono/inverno foi de 189 mil toneladas” e que foi “uma das mais baixas dos últimos 35 anos, uma redução quase generalizada em todas as espécies”.
Quanto à produção de “cereais de primavera/verão verificou-se um aumento nas produções de milho, de 10,3 por cento, e de arroz, de 32, 5 por cento”, pode ler-se, ainda, no relatório sobre estatísticas agrícolas, divulgado pelo INE.
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