“O Governo conta aprovar, no final de 2024, o projeto de modernização e eletrificação para o troço Casa Branca-Beja, na linha do Alentejo” respondeu o Ministério das Infraestruturas, na segunda quinzena de maio, aos deputados do Partido Comunista Português (PCP) João Dias e Bruno Dias, às questões feitas à tutela, no passado dia 13 de abril, sobre estas matérias.
A resposta deixa claro que se estima que “a aprovação do projeto de modernização e eletrificação do troço Casa Branca/Beja só terá lugar depois de findo o processo de Avaliação de Impacte Ambiental e emissão da Declaração de Impacte Ambiental respetiva, por parte da Agência Portuguesa do Ambiente”, explicou à Voz da Planície o deputado do PCP Bruno Dias.
É de realçar que “com a eletrificação da linha do Alentejo até Beja voltará a ser possível fazer comboios diretos, por exemplo, entre Lisboa e Beja, o que deixou de acontecer em maio de 2010, devido à modernização da linha entre Bombel e Casa Branca. Atualmente, de Lisboa até Beja, são necessárias duas horas e sete minutos, com mudança de comboio em Casa Branca”.
Bruno Dias avançou, igualmente, que “está ainda em estudo a viabilidade da ligação da linha do Alentejo ao aeroporto de Beja. A variante poderá custar 20 ou 26 milhões de euros, permitindo uma viagem de comboio até Lisboa em cerca de uma hora e 30 minutos. A escolha mais barata tem uma extensão de 12 quilómetros e 800 metros, serve para as instalações militares e o transporte de mercadorias por via aérea. A opção mais cara está mais vocacionada para passageiros e prolonga-se por perto de 17 quilómetros”.
Já a circulação de comboios de Beja/Funcheira ao que tudo indica terá de esperar. O PNI 2030 “prevê apenas estudos de reativação deste troço. O regresso dos comboios a este percurso implica um investimento de 77 a 86 milhões de euros, segundo o estudo de 2015 da Infraestruturas de Portugal (IP)”.
No âmbito da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o PCP desafiou o Governo para “incluir, no financiamento europeu, as obras de modernização do Beja/Funcheira. Tal acabou por não acontecer”, lembrou o deputado Bruno Dias.
Acrescentou, o parlamentar, que “com a reabertura do troço entre Beja e Funcheira, a linha do Alentejo passaria a ser uma redundância à linha do Sul nas ligações entre Lisboa e o Sul do País. A aposta confere “redundância na ligação ferroviária do porto de Sines às regiões Centro e Norte de Portugal e à fronteira com Espanha”, escreveu a IP no estudo de 2015, pode ler-se no documentos enviados à nossa redação e que constam da resposta recebida, do Ministério das Infraestruturas, no Grupo Parlamentar do PCP.
O deputado comunista Bruno Dias sublinhou que a “eletrificação do troço Casa Branca/Beja está a ser muito lenta” e perante a resposta dada à reativação da circulação de comboios da capital de distrito até à Funcheira considerou que “será difícil vir a ser uma realidade”.
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