O processo de consulta pública sobre o projeto de decisão de inscrição da "Produção de Vinho de Talha" no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial encontra-se a decorrer pelo período de 30 dias, a partir da data de publicação do anúncio, no passado dia 11, segundo nota de imprensa da DRAlentejo.
Os elementos constantes do processo de inventariação da "Produção de Vinho de Talha" encontram-se disponíveis para consulta em linha através do sistema MatrizPCI (http://www.matrizpci.dgpc.pt/MatrizPCI.Web/InventarioNacional/DetalheFicha/882?dirPesq=0), sistema de informação de suporte ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
A decisão sobre o pedido de inventariação da "Produção de Vinho de Talha" ocorre no prazo de 120 dias após a conclusão do período da presente consulta pública.
No documento enviado à nossa redação, é recordado que "a tradição de produzir vinho em talhas de barro é uma prática antiga que foi introduzida no nosso território através dos romanos. Esta técnica continuou a ser utilizada no Alentejo e conforme referido por Ferreira Lapa, conceituado agrónomo do séc. XIX, que percorreu o território em 1866 visitando os principais centros vinícolas: “É adoptado (…) em todo o Alentejo, o uso das talhas de barro, não só para as operações de vinagem, senão também para guarda e conserva dos vinhos depois de feitos”. Quase um século mais tarde, Orlando Ribeiro, em 1961, escrevia que “Em relação aos utensílios de cerâmica (…) a originalidade do Alentejo consiste em ter conservado, de uma herança mediterrânica, o vasilhame para líquidos, principalmente para vinho (…) As vasilhas chamam-se talhas ou potes.
Apesar de ter diminuído no século XX, a técnica de produção do vinho de talha voltou a ser progressivamente retomada, facto ao qual não é alheia a preparação da inscrição do fabrico deste vinho no INPCI."
Neste processo estão envolvidos, no protocolo que lhe dá corpo, as seguintes entidades do Alentejo: municípios de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Arronches, Beja, Borba, Campo Maior, Cuba, Elvas, Estremoz, Évora, Ferreira do Alentejo, Marvão, Mora, Moura, Mourão, Reguengos de Monsaraz, Serpa, Viana do Alentejo, Vidigueira, Redondo e Santiago do Cacém; o CEARTE – Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património, a Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo (CVRA), a Direção – Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo (DRAP Alentejo), a Direção Regional de Cultura do Alentejo, a Turismo do Alentejo, E.R.T. e a VITIFRADES – Associação de Desenvolvimento Local.
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