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Economia

Portal da Queixa registou até 21 de março mais de nove mil reclamações dos consumidores

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Portal da Queixa registou até 21 de março mais de nove mil reclamações dos consumidores


O Portal da Queixa recebeu nove mil e 488 reclamações nas categorias água, eletricidade e gás, bancos, financeiras e pagamentos, gastronomia, alimentação e bebidas, híper e supermercados, transportes públicos, aluguer e condução e tecnologia, um aumento homólogo de 30 por cento.

No caso da gastronomia, alimentação e bebidas, foram recebidas 980 queixas, sobretudo, devido a problemas com entregas ou pedidos (471) e mau atendimento (258), tendo-se verificado uma taxa de resolução de 37,6 por cento.

Já os híper e supermercados foram alvo de 603 reclamações por, sobretudo, aumento de preço dos produtos (222 reclamações), mau atendimento (178) e problemas com entregas ou pedidos (144), com uma taxa de resolução de 78,5 por cento.

Os comparadores de preços e as plataformas alternativas de compras também são já uma realidade para os portugueses, que optam, cada vez mais, por cabazes de alimentos, com destaque para os que vêm diretamente do produtor, apesar de também terem sofrido alguns aumentos.

Na Fruta Feia, cooperativa que criou um mercado alternativo para frutas e hortaliças de dimensões e aspeto não padronizados, que tem por objetivo combater o desperdício alimentar e gerar valor para os agricultores, tem-se verificado um aumento do número de inscrições e um maior compromisso quanto ao levantamento dos cabazes.

"Na nossa cooperativa, os cabazes que não são cancelados previamente e não são levantados, são doados a instituições que os encaminham para pessoas que precisam, mas os associados pagam na mesma esses cabazes. Se antes alguns associados não iam levantar o cabaz, não se importando de o pagar na semana seguinte, pois sabiam que o mesmo tinha sido doado, hoje em dia, dada a diminuição do poder de compra do consumidor, isso já pouco se verifica", adiantou, em resposta à Lusa, a equipa da Fruta Feia.

Para aumentar o preço pago aos agricultores, a Fruta Feia optou por agravar o valor do cabaz aos consumidores, mas, mesmo assim, tem-se verificado, em alguns pontos, uma subida significativa das compras de cestas grandes (7,80 euros).

"O aumento de preços a que assistimos nos supermercados não reflete um aumento equitativo do valor de compra aos agricultores, mas sim um aumento do lucro dos mesmos. Foi, contrariando esta lógica, que a Fruta Feia decidiu aumentar o preço da cesta a partir de outubro de 2022", referiu.

Também na Too Good To Go, aplicação que liga os utilizadores a lojas com excedentes alimentares, o número de clientes cresceu 42 por cento no ano passado, evolução que acompanhou a inflação, uma vez que os consumidores "procuram por alternativas mais económicas para cumprir com as mesmas necessidades de compras dos cabazes de alimentos familiares".

Desde 2019, em Portugal, já foram salvas mais de 2,6 milhões de '"surprise bags" (caixas com excedentes alimentares, a um preço mais acessível), graças a 3.700 parceiros e 1,5 milhões de utilizadores.

A nível global, a Too Good To Go conta com 200 milhões de refeições salvas, sendo que, a cada segundo, através da aplicação, são aproveitadas três 'surprise bags'.

Perante o atual contexto económico, os consumidores recorrem, cada vez mais, a comparadores de preços de produtos e créditos na hora de fazer as suas compras e, apesar de os bens essenciais, regra geral, não fazerem parte dos produtos analisados, categorias como a alimentação animal têm já alguma expressão.

Dados do KuantoKusta, apontam que, em 2023, manteve-se uma "elevada procura" por 'smartphones' ou televisores, mas também se destacaram produtos de saúde, beleza e alimentação animal.

"Categorias como portáteis, ração seca para animais, produtos de cuidado de rosto e pequenos eletrodomésticos, nomeadamente 'airfryer', ganham mais expressão nas pesquisas. Por outro lado, as categorias relacionadas à área de casa e decoração registaram um decréscimo [...]. A tendência para comparar mais preços em produtos de valor menor e de compra mais regular é algo que, no último ano se intensificou, principalmente, após o início da guerra e com o aumento da inflação", explicou à Lusa o diretor comercial do KuantoKusta, André Duarte.

Este responsável adiantou ainda que os consumidores não têm optado pelos produtos mais baratos, mas feito compras "informadas e ponderadas", principalmente as de maior valor.

"A nossa experiência como 'marketplace' do KuantoKusta mostra-nos, por exemplo, que em produtos de compra recorrente como ração para animais ou produtos de higiene pessoal, o prazo de entrega é, por vezes, o fator com mais peso na decisão. O cliente não se importa de pagar um preço ligeiramente acima do preço mais barato se receber a encomenda com mais antecedência", acrescentou André Duarte.

Já o recurso a crédito para fazer compras tem vindo a ser impactado, nomeadamente pela subida das taxas de juro, sendo que, por exemplo, no caso do interesse pelo crédito à habitação a quebra foi de quase 50 por cento no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o ComparaJá.



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