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Sociedade

400 mil idosos em risco de pobreza em Portugal. Com pensões abaixo de 554 euros mensais

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400 mil idosos em risco de pobreza em Portugal. Com pensões abaixo de 554 euros mensais

Mais de 400 mil idosos vivem em risco de pobreza em Portugal, com um máximo de 551 euros por mês, ou seja, abaixo do limiar no nosso País que é de 554 euros mensais. No distrito de Beja, o "envelhecimento da população é devastador e as pensões estão muito abaixo do limiar determinado", diz o comentador para a área social, Miguel Bento.

Os dados que foram revelados ontem, 11 de julho - Dia Mundial da população - dizem, pela Pordata, também, que para 90 por cento das pessoas com 65 ou mais anos, a reforma ou pensão é a principal fonte de rendimento. Nesta faixa etária, nove por cento permanecem no mercado de trabalho, sendo que 240 mil pessoas trabalham ou ocupam-se na agricultura.

Os dados reunidos pela base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos mostram que há mais de 500 mil idosos a viverem sós.

Sobre estes dados, o comentador da Voz da Planície para a área social, Miguel Bento, frisou que "o distrito de Beja tem muitos idosos sem dinheiro para pagarem as suas necessidades básicas - saúde, alimentação, saneamento, eletricidade - por receberem pensões muito abaixo do limiar determinado para Portugal".

Acrescenta Miguel Bento que "esta situação acontece, principalmente, porque muitos idosos, particularmente as mulheres que são mais pobres do que os homens na velhice, não tiveram carreiras contributivas longas e noutros casos são pessoas que trabalharam na agricultura e que não tiveram descontos feitos, na altura devida para a segurança social".

Em 2001, o número de pessoas com 65 ou mais anos ultrapassou o número de crianças e jovens com menos de 15 anos. Atualmente, há quase duas vezes mais seniores do que crianças e jovens em Portugal. Em cada 100 residentes no País, 13 são crianças ou jovens com menos de 15 anos, 63 são pessoas em idade ativa (15-64 anos) e 24 têm 65 ou mais anos.

Para além destes dados, a Pordata revelou no dia de ontem, 11 de julho, igualmente, que o número de pessoas a atingir os cem anos aumentou 77 por cento na última década em Portugal, para quase três mil cidadãos centenários no ano passado.

Em 2022, viviam em Portugal  duas mil e 940 pessoas com 100 anos ou mais, contra mil e 658 em 2012, indicam números da base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O comentador da área social, Miguel Bento, esclareceu que "estas revelações não são novidade em Portugal e que estão relacionados com diversos fatores, entre eles o aumento da esperança média de vida e o regresso de muitos que emigraram nas décadas de 60/70 do século XX e que regressaram a Portugal na velhice".

Miguel Bento disse, ainda, que "no Alentejo, a taxa de envelhecimento é devastadora, particularmente, nalguns concelhos do distrito de Beja". E que "a situação no País e distrito não é mais grave devido à imigração pois muitos dos nascimentos registados nos últimos anos são de mulheres que vieram para Portugal em idade fértil".

A inversão da pirâmide demográfica é considerada um dos maiores desafios do século XXI na generalidade dos países europeus e, também em Portugal, onde o peso da população idosa duplicou nos últimos 36 anos. Segundo a Pordata, 24 por cento da população portuguesa tem hoje 65 anos ou mais.

“O futuro das economias e sociedades europeias depende da forma como se enfrentará esta questão no curto prazo, importando, por isso, analisar esta tendência e, também, as condições em que a população mais idosa vive atualmente”, sublinha a análise da Pordata aos dados estatísticos.Dos 10,4 milhões de pessoas que vivem em Portugal, 2,5 milhões têm 65 anos ou mais, estando as mulheres em maioria (57 por cento).

“Este peso superior do sexo feminino cresce à medida que a idade aumenta: as mulheres representam 62 por cento do total da população com 80 ou mais anos”, lê-se num documento divulgado pela plataforma.

No mais recente Censos (2021), foram registadas 46 mil pessoas estrangeiras com 65 ou mais anos em Portugal. “Na última década, o número de estrangeiros nesta faixa etária mais do que duplicou (em 2011 eram 20 mil), sendo 67 por cento são europeus, sobretudo do Reino Unido (19 por cento); França (12 por cento) e Itália (7 por cento)”, observou a Pordata. Entre os não europeus, destacam-se os brasileiros (11 por cento).

“O aumento do interesse por Portugal junto da população sénior impacta igualmente os números da imigração: Em 2021 entraram no país 23 mil pessoas nesta faixa etária, o equivalente a 23 por cento do total de imigrantes”, destacaram os peritos que compilaram os dados.

Portugal era, em 2022, o segundo país da União Europeia com maior proporção de pessoas com 65 ou mais anos (23,7 por cento), a seguir a Itália (23,8 por cento). A média europeia era de 21,1 por cento no ano passado. A população sénior ultrapassou a de crianças e jovens no virar do milénio.

O índice de envelhecimento em Portugal revela que há 184 pessoas com 65 ou mais anos por cada 100 jovens. Em todos os municípios do País, com exceção de Lagoa e Ribeira Grande, nos Açores, o número de idosos é superior ao número de jovens.



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