"O projeto Poli'Cante - Grupo Coral de Cante Alentejano é financiado pela Direção-Geral do Ensino Superior e tem como ensaiador Paulo Ribeiro, músico ligado, desde há muito, ao cante alentejano pela sua relação com os tradicionais grupos corais, enquanto cantador e ensaiador. De salientar, ainda, a sua participação em projetos que fundem o cante e outros géneros musicais, como os «Tais Quais», sem esquecer os recentes e marcantes espetáculos «É Assim…Uma Espécie de Cante» que juntou, em palco, os Camponeses de Pias e Pedro Abrunhosa", sublinhou o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) quando anunciou, na semana passada, esta novidade, que a Voz da Planície divulgou, na entrada de um novo ano letivo na instituição.
Depois de estar "há anos" a trabalhar com os alunos do 1.º Ciclo, na iniciativa Cante nas Escolas, e com diversos grupos corais do território, Paulo Ribeiro vê como "um enorme desafio ensaiar e trabalhar vozes de proveniências muito diferentes no ensino superior, podendo utilizar, em simultâneo, os equipamentos que o Politécnico dispõe, ao nível da multimédia. Em suma uma experiência que valoriza o cante, permitindo extrair desta possibilidade aspetos inovadores, ou seja, inovar, diferenciar através do cante, contribuindo para a sua não estagnação".
"O Poli'Cante é um projeto cultural que assenta no cante alentejano como elo agregador e que permite, em simultâneo, passar a alma de um povo para pessoas que não conhecem esta tradição, mas que querem fazer parte dela, bem como os valores que o cante também tem, do convívio e da solidariedade, muitos próprios da forma de estar na vida dos alentejanos", sublinhou Paulo Ribeiro.
"Um projeto de integração de alunos no Politécnico e na comunidade que os acolhe que só poderá ter como consequências o potenciar do cante no território, explorando as diversas oportunidades que o Poli'Cante apresenta e valorizando esta forma de cantar, que é património imaterial da humanidade", frisou, igualmente, o ensaiador desta nova formação de cante alentejano que está a nascer em Beja, Paulo Ribeiro.
O IPBeja por sua vez explica que o Poli'Cante é "um projeto definido pela pluralidade e diversidade, uma vez que, que aquilo que se pretende é que o grupo seja misto e integre estudantes de várias nacionalidades, corporizando a multiculturalidade que, hoje, se vive pelo campus do IPBeja. Promover a integração dos estudantes do IPBeja, através da participação em atividades de interpretação artística, com o potencial de favorecer o espírito de grupo, o sentido identitário e de pertença, contribuindo, simultaneamente, para a preservação do cante alentejano enquanto Património Imaterial da Humanidade".
A inovação patente no “Poli’Cante”, será, também, refletida através da "adoção e divulgação de um reportório de melodias e poesias orais (modas), a partir de recolha e estudo de diferentes fontes documentais (escritas, audiovisuais) permitindo, dessa forma, uma melhor compreensão da cultura regional e da sua relação com a cultura global. Este projeto tem, ainda, a finalidade de dinamizar uma digressão do “PoliCante – Grupo Coral de Cante Alentejano do IPBeja” por outras instituições de Ensino Superior nacionais e internacionais, promovendo, assim, o “Cante Politécnico-Universitário”, assegura a instituição.
Amanhã, 26 de setembro, está marcada uma Procissão de Velas, que decorre durante a noite. Nesta iniciativa, inserida nas praxes da instituição, está prevista uma paragem na Praça da República de Beja onde já se vão ouvir as vozes dos alunos a entoar o cante alentejano. O ensaiador Paulo Ribeiro acompanha esta realização.
Fátima Carvalho, presidente do IPBeja, explica que “a criação do grupo misto “Poli'Cante” no IPBeja só foi possível graças ao financiamento que obtivemos com a aprovação da candidatura ao Programa de Apoio a Iniciativas de Acolhimento e Integração dos Novos Estudantes, lançada pela Direção Geral do Ensino Superior, DGES”, em 2022. Este era um sonho da atual presidência poder inovar a integração dos estudantes a partir de uma expressão cultural identitária reconhecida pela UNESCO. Inovar porque tem na sua essência o respeito pela igualdade de género e a integração pela partilha de um sentimento de unidade cultural regional. Inovar porque acreditamos que se torne, também, uma ferramenta de interiorização e internacionalização da alma alentejana".
Aldo Passarinho, Pró-Presidente do IPBeja e coordenador do projeto explica que “a criação do grupo Coral Poli'Cante tem como primeiro objetivo promover a integração dos estudantes do IPBeja, através da participação em atividades de interpretação artística, com o potencial de favorecer o espírito de grupo, o sentido identitário e de pertença, contribuindo, simultaneamente, para a preservação do Cante Alentejano enquanto Património Imaterial da Humanidade. A adesão incondicional dos estudantes ao projeto e a forma como o abraçaram nestas primeiras atividades de acolhimento, é para toda a comunidade do IPBeja uma honra!".
Ana Luz, representante dos estudantes do IPBeja, considera que “a integração do projeto de cante alentejano nas atividades de integração/Praxe permitiu unir às nossas tradições o património cultural de Portugal que aliado às nossas atividades permitiu um maior enriquecimento e integração nesta Cidade dos novos alunos. Estando a praxe a trabalhar cada vez mais para uma melhor integração dos novos alunos com uma maior diversidade de atividades de integração o facto de nos aliarmos ao projeto de Cante Alentejano permitiu-nos enriquecer os nossos programas bem como partilhar com quem vem de fora este património cultura tão belo que distingue o Alentejo do resto do País”.
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