Pedro Barroso foi professor de educação física durante mais de duas décadas, aliando a esta atividade profissional a música. Ficou conhecido cedo, aos 19 anos, quando apareceu no programa Zip-Zip da RTP.
Rádio, teatro e literatura foram as outras artes que abraçou ao longo da sua carreira para além da música.
O primeiro disco foi editado no início dos anos 70, um mini-álbum (EP) com o nome “Trova-dor”. O primeiro álbum completo chegou em 1976, dois anos depois do 25 de Abril e com o nome “Lutas Velhas, Canto Novo”.
A edição de discos e gravação de canções manteve-se sem grandes intermitências da segunda metade dos anos de1970 em diante. Nos anos de1980, por exemplo, Pedro Barroso gravou a canção: “Menina dos Olhos d’Água”, que faz parte do álbum que editou em 1987, com o nome: “Roupas de Pátria Roupas de Mulher.”
Na hora da partida a Voz da Planície recorda o trovador através de uma das suas canções/poema, de 1982, com o nome: “Esperança”:
Se
quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade
assim
com esta mão
e então descobriremos
o mais profundo
fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas
que há
razão
de verdades consumadas me consomem
de falácias bem
montadas me alimentam
mas meu filho mora o reino do futuro
que
é mais duro
e não vai ser com palavras
que o contentam
Se a morte lenta te rebenta sob a pele
a
cada dia
e se no teu braço apenas sentes a força
de um
cansaço organizado
mas manténs na tua fronte a dúvida
e o
gosto pelo longe e a maresia
e se sentes no teu peito de criança
a
alma de um sonho amordaçado
se quiseres partir amanhã
eu paro
o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então
descobriremos o mais profundo
fundo que há no mundo
que é no
irmos fundo às coisas que há razão
Foto: "Rádio Comercial".
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