“Já não aguentamos mais o aumento das taxas de juro, do custo de vida, já não aguentamos a propaganda com que nos confrontamos todos os dias. Nós vivemos em dois países: o País da propaganda e o País da realidade dura de vida de cada um de nós”, afirmou Paulo Raimundo.
Para o secretário-geral do PCP, “não é aceitável que as chamadas contas certas e os ditos bons resultados económicos sejam sempre [alcançados] à custa das dificuldades, dos sacrifícios, da austeridade sobre quem trabalha”.
“É preciso dizer basta e é preciso dizer basta impondo a questão fundamental que se coloca neste momento, que é o aumento geral e significativo dos salários: é a bem da vida coletiva de cada um de nós”, sustentou.
Segundo Paulo Raimundo, esse aumento é a medida “mais estruturante e determinante para a melhoria das condições de vida, para a evolução da situação económica, para fixar e atrair profissionais, para estimular o mercado interno, (…) para combater a falta mão-de-obra, a emigração como única saída, as injustiças e desigualdades, para garantir o salto qualitativo de que o país precisa”.
Neste contexto, Paulo Raimundo afirmou que o PCP vai acompanhar e bater-se pelo aumento dos salários “em 15 por cento e de, pelo menos, 150 euros para todos os trabalhadores”, tal como tem sido reivindicado pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP).
O líder comunista recordou também que o PCP apresentou um projeto de lei na Assembleia da República para que o salário mínimo nacional seja fixado nos 910 euros a partir de 1 de janeiro e que atinja os mil euros ao longo de 2024.
O dirigente comunista considerou que “são os grupos económicos que estão a ganhar verdadeiramente com a atual situação” e que estão a “sentir os efeitos dos bons indicadores e se estão a encher à conta das contas certas”.
Perante este cenário, o secretário-geral do PCP apelou à mobilização dos trabalhadores para forçar o executivo a tomar “medidas urgentes e necessárias”, argumentando que foi a luta que fez o Governo tomar algumas medidas, ainda que insuficientes, para responder ao aumento do custo de vida.
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