Neste documento é afirmado que “ao longo dos anos os sucessivos governos do País, pouco têm feito para concretizar os investimentos necessários” e que “os projetos que têm avançado, ou são desenvolvidos de forma incompleta, ou têm vindo a ser geridos para agradar a outros interesses que não o desenvolvimento da região.
Em 2024 continua a ser uma incógnita o futuro do aeroporto de Beja pois espera por acessibilidades para poder, ao menos, almejar servir de apoio aos aeroportos de Lisboa e de Faro, como o PCP sempre tem defendido. O não aproveitamento desta infraestrutura acontece por manifesta falta de vontade política.
Não foram tomadas decisões concretas na definição no plano das redes de comunicação, quer rodoviárias, quer ferroviárias, sendo ainda esquecida a inclusão do aeroporto de Beja, nessas mesmas redes. Na ferrovia, em 2010, o Governo terminou com as ligações diretas entre Beja e Lisboa e os que se seguiram nada fizeram para retomar e requalificar essas ligações e ainda encerrou as ligações de Beja para sul.
No Plano Ferroviário Nacional, de 2022, lá consta a eletrificação da linha do Alentejo, mas apenas entre Casa Branca e Beja. Relativamente ao troço entre Beja e a Funcheira, ainda que admitida a sua reabertura, nada de eletrificação. Sem essa eletrificação, a ligação a Beja continua condenada a ser um beco sem saída. Sobre ligação ao Aeroporto de Beja, também nada consta. Ou seja, alguma coisa de anúncios, mas de avanços, nada.
Na rodovia, o que está previsto é requalificação da estrada nacional entre o final da A26 e Ferreira do Alentejo, mantendo ao abandono os troços em perfil de autoestrada cujas obras pararam em 2012. De Ferreira do Alentejo para Beja, parece que vai agora ser feito o projeto de execução, mas da requalificação da estrada nacional. É mais uma vez abandonada da possibilidade de um IP8 com perfil de autoestrada entre a A2 e Beja e a posterior continuação até à fronteira de Vila Verde de Ficalho.
Ainda no plano da rodovia, o IC27, importante eixo de articulação com o Algarve, parece ter caído em total esquecimento.
O Alqueva é um projeto sobre o qual restarão poucas dúvidas da sua importância para região. A sua importância é visível na reserva estratégica de água que criou para o Alentejo, ou no aumento de produção que proporcionou. O modelo implementado terá gerado desenvolvimento? Se medirmos o desenvolvimento como ele deve ser medido: combate ao despovoamento, redução do desemprego, aumento da coesão social, dinamização económica da região, respeito e promoção dos valores culturais e ambientais, melhoria das condições de vida e da dignidade humana.
Na saúde a construção de uma segunda fase do Hospital de Beja, já é hoje uma necessidade tão evidente e inegável, que tem vindo a engrossar o número daqueles que a reivindicam. Mas avanços, nada. A privatização do Hospital de Serpa foi o que se viu e mesmo assim o caminho, foi o aprofundamento da decisão errada.
Não obstante alguns investimentos necessários em equipamentos, nomeadamente ao nível dos centros de saúde, o PRR não foi colocado a responder a graves e urgentes necessidades de melhorias de muitas unidades de prestação de cuidados da saúde.
Perante a situação em que a região se encontra com um novo quadro político resultante das eleições para Assembleia da República donde resultou uma nova maioria, deixamos aqui o apelo de que é necessário passar das palavras aos atos e concretizar os projetos que são absolutamente vitais para o nosso distrito.
A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) vai ter que continuar a lutar e a intervir, exigindo ao governo tome medidas urgentes para que a região se desenvolva e as suas infraestruturas correspondam às necessidades do presente e contribuam para assegurar um futuro melhor."
© 2024 Rádio Voz da Planície - 104.5FM - Beja | Todos os direitos reservados. | by pauloamc.com