A Voz da Planície fez várias tentativas para chegar à fala com o presidente da Federação do Baixo Alentejo do PS, Nelson Brito, para o ouvir sobre esta matéria, mas não foi bem-sucedida.
João Dias, da DORBE – Direção da Organização Regional de Beja do PCP, explica que o seu partido votou contra porque “este Orçamento não responde às necessidades das populações nesta época pós-pandemia” e porque o Governo, dando o exemplo da região, mesmo quando inscrito em Orçamento como foi o caso da ferrovia em 2019 e como foi o caso, igualmente, das obras da 2ª fase do Hospital de Beja, não cumpre.” João Dias frisou que “o PCP negociou horas a fio com o Governo” e “fez muitas cedências” e neste caso, para se perceber, deixou o exemplo negocial do valor do Salário Mínimo Nacional. Acrescentou que “este Orçamento não passou porque o PS não quis.”
Alberto Matos, da Coordenador Distrital do BE, recorda que “a iniciativa negocial cabe ao Governo” e que “o Bloco apesar de ter viabilizado os primeiros orçamentos percebeu, também, o aumento de arrogância do primeiro-ministro, que tentou eleições antecipadas antes e que começou a pensar que não seriam necessários acordos sérios nem escritos.” Neste contexto, explica Alberto Matos, “os partidos perceberam que têm sido enganados e que não são migalhas de 40 euros de aumento de Salário Mínimo Nacional, que se esbatem depois nos aumentos dos combustíveis e consumíveis, que respondem ao necessário”. Frisou que “o Bloco só podia ser coerente e votar contra”, lembrando, ainda, tudo o que este Governo não fez no distrito e que “fez desaparecer do mapa no OE2022”.
Gonçalo Valente, presidente da Distrital de Beja do PSD, realça que “as culpas do que se está a passar são de António Costa” e que “fez este Orçamento para não agradar e ser rejeitado pelos partidos de esquerda.” Lembrou que “o PS rejeitou até a disponibilidade dos deputados do PSD da Madeira”, embora não tenha “concordado com esta posição.” “Mostrou intransigência António Costa”, assegura Gonçalo Valente, “porque tinha interesse em ir agora a eleições antecipadas, numa altura em que os partidos de direita se estão a organizar.” Concluiu que considera que “esta foi uma atitude premeditada de António Costa que mostrou, uma vez mais o seu caráter e ao que vai, pois colocou os seus interesses e os do seu partido à frente dos do país.”
No caso do presidente da República optar pela dissolução do Parlamento, a lei eleitoral para a Assembleia da República indica, no seu artigo 19.º, que o presidente da República “marca a data das eleições dos deputados à Assembleia da República com a antecedência mínima de 60 dias, ou, em caso de dissolução, com a antecedência mínima de 55 dias”, os quais começam a contar a partir da publicação do decreto presidencial que dissolve a Assembleia. Como tal, as eleições podem realizar-se a partir de 30 de dezembro ou logo no início de janeiro.
O CHEGA enviou à redação da Voz da Planície a sua opinião sobre a situação política no país assinada pela vice-presidente da Distrital Ana Moisão, que a seguir se transcreve:
"Assistimos no passado dia 27 de Outubro ao que já se vinha antevendo pelo discurso dos vários líderes dos Partidos Políticos desde as eleições autárquicas, o chumbo do Orçamento de estado.
Num autêntico clima pré-eleitoral, vimos a desfragmentação da Geringonça, em discursos de culpabilização entre ambas as partes, preparando já terreno para o que vinha sido anunciado em antemão pelo PR.
Um bloco de esquerda que, assustado com a hipótese de extinção, tem vindo a desmarcar se cada vez mais do governo de António Costa e um PCP que, pressionado pelos desastrosos resultados autárquicos de eleição para eleição, estava desesperado por se esquivar também da culpa pelo mau cenário económico que se adivinha, fazendo exigências irracionais ao Governo para forçar este divórcio.
Da parte do executivo de António Costa, a posição foi clara desde início, embora algumas pequenas cedências para ficar bem na foto, a dureza como defendeu o OE perante os seus parceiros, só revelou que a sua clara intenção é a de arrastar o País para eleições, fazendo proveito da instabilidade interna dos partidos de direita, na esperança da conquista da maioria absoluta.
É com estes jogos de poder que o PS tem conseguido dissolver da memória do povo a última bancarrota a que nos conduziu e os processos judiciais de que os seus principais protagonistas foram e são alvo, voltando, de forma inacreditável, a recuperar a confiança do eleitorado.
Do lado da direita, as eleições internas que estão agendadas por todos os Partidos com representação parlamentar têm um sabor agridoce, na medida em que podem ser uma oportunidade para se fortalecerem para as eleições que se avizinham, mas ao mesmo tempo uma corrida contra o tempo, que dada a instabilidade interna e a rejeição entre eles, pode correr muito mal e dar vantagem ao PS.
Da parte do partido CHEGA podem contar sempre com a nossa fiel posição em defesa de quem trabalha e produz para o País, em defesa da Liberdade, em defesa da Justiça, em defesa dos nossos Valores e Tradições, em Defesa do Mundo Rural e de todo o Povo Português! Nunca deixaremos de lado os nossos objetivos em prol de jogos de poder e sempre estaremos focados em cumprir a missão a que nos comprometemos, de fazer uma mudança profunda no País! Viemos do Povo para servir o Povo e esse é o nosso ADN!".
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