No documento enviado à nossa redação pela Concelhia de Beja do PS é recordada a história deste partido. Transcrevemos aqui as notas enviadas:

«Mário Soares, Maria Barroso, Tito de Morais e, de entre outros, o Ilustre Bejense Carlos Queixinhas foram alguns dos nomes dos fundadores do Partido. Vivia-se em Portugal em 1973 o período final da ditadura marcelista, do Regime de Partido Único e o isolamento do País face ao Mundo bem como o distanciamento Político e Social em relação à Europa.

A Guerra Colonial especialmente em Moçambique, Angola e Guiné ceifava continuamente vidas e perpetuava um regime decadente, obstinadamente colonialista e autocrático, muitas vezes abertamente criticado pelas democracias europeias.

Os Partidos Políticos eram proibidos sendo apenas tolerada a denominada “ Oposição Democrática” que integrava desde os denominados “católicos progressistas” a organizações cívicas e alguns elementos de partidos na clandestinidade e cuja atividade era fortemente restringida e vigiada pela Polícia Política (PIDE / DGS).

A censura era omnipresente e o controlo estatal da informação pela “Comissão de Censura” era quase total.

Resistiam ao Regime um punhado de cidadãos independentes ou organizados em Partidos, cuja atividade, necessariamente clandestina, era punida com severas penas de prisão, deportações e mesmo tortura e morte durante o encarceramento. Caxias e Tarrafal são nomes ainda hoje presentes em quem viveu esses amargos tempos de repressão e atraso civilizacional.

Contavam-se por várias centenas os presos por “delito de opinião”, “atividades subversivas” ou “agitação” e muitos deles eram mantidos em regime de encarceramento sem qualquer culpa formada.

O denominado “Movimento dos Capitães” com um primeiro momento em 16 de Março de 1974, a denominada “Revolta das Caldas da Rainha” e posteriormente o decisivo momento do 25 de Abril de 1974 põem fim a 48 anos de Partido Único, subdesenvolvimento e isolamento de Portugal no mundo.

O Partido Socialista esteve presente, na legalidade, desde o primeiro momento de abertura democrática que o 25 de Abril permitiu, assumindo sempre o seu papel de Partido das amplas liberdades democráticas, dentro da Esquerda nacional e europeia, onde passou a integrar, coerentemente, o seu lugar no actual grupo parlamentar da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas aquando da sua adesão á Comunidade Europeia da qual é estado-membro desde 1986 tendo deputados ao Parlamento Europeu eleitos desde 1987.

50 anos de luta pelos valores da democracia e da liberdade são também 50 anos de responsabilidade Parlamentar , Autárquica , Governativa e Participativa na vida quotidiana dos cidadãos e das instituições democráticas , sempre norteada pelo humanismo e pelo serviço aos cidadãos.

A Comissão Política Concelhia de Beja saúda assim os 50 anos de existência do Partido Socialista na certeza de continuar a luta pela Democracia e pelas amplas liberdades de organização e opinião num caminho de futuro e do desenvolvimento de um modelo civilizacional justo, equilibrado socialmente, abrangente e de felicidade para todo o Povo Português.»