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Educação

Pais pedem que modelo de exames nacionais seja semelhante ao do ano passado

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Pais pedem que modelo de exames nacionais seja semelhante ao do ano passado


Os encarregados de educação são contra o regresso do modelo dos exames nacionais que existia antes da pandemia, sublinhando que “não há condições” para avaliar os alunos em mais um ano letivo afetado pela covid-19. 

Nos dois últimos anos letivos, os exames nacionais do 11.º e 12.º anos deixaram de ser obrigatórios, servindo apenas para o ingresso no ensino superior e, no ano letivo passado, para efeitos de melhoria da classificação interna. Os exames passaram também a incluir um conjunto de perguntas opcionais em que contava a melhor resposta. 

Para o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), estas medidas temporárias devem ser aplicadas novamente este ano. 

“Não há condições para voltar ao modelo que existia antes da pandemia, porque o ano letivo está fortemente perturbado devido aos isolamentos de milhares de alunos e a situações muito dispares nas escolas que voltaram a revelar as desigualdades que existem”, defendeu Jorge Ascensão, em declarações à Lusa. 

O representante dos encarregados de educação alertou também para o facto de se criar desigualdades entre alunos, caso o modelo pré-pandemia seja agora retomado. 

“Tal como está, os alunos que vão agora fazer exames nacionais pela primeira vez terão um modelo diferente do que tiveram os seus colegas que estão no 12. ano”, afirmou. 

Nos dois últimos anos, excecionalmente, os exames tinham perguntas em que eram contabilizadas apenas as melhores respostas. 

A Confap voltou a apelar ao Governo para que avance com uma “reflexão séria e urgente sobre o atual paradigma de acesso ao ensino superior”. 

“Gostaríamos que não se voltasse a esse modelo”, disse Jorge Ascensão, adiantando ter ficado surpreendido quando, no início do ano letivo, ouviu o secretário de Estado da Educação João Costa afirmar que os exames nacionais e provas de aferição “deveriam retomar a normalidade”. 

No caso das provas de aferição, o Ministério da Educação decidiu suspender essa avaliação, que se dirige aos alunos dos 2.º, 5.º e 8.º anos, desde que o país foi atingido pela pandemia de covid-19, em 2020. 

Também os diretores escolares defendem que os alunos devem realizar apenas os exames de acesso ao ensino superior e as provas devem voltar a ter perguntas de opção, segundo um inquérito realizado pela Fenprof a 114 diretores. 

A Lusa questionou a Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) sobre se já tinha uma posição sobre voltar a realizarem-se apenas os exames de acesso ao ensino superior que são exigidos pelas instituições, e o presidente da CNAES explicou que estava agendada uma reunião “para 3 de março precisamente para debater o assunto”. 


Rádio Voz da Planície/Lusa

 


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