“O aumento geral dos salários” é assumido pela Confederação Geral dos Trabalhadores (CGTP) como a "única forma de combater o aumento brutal do custo de vida", e foi frisado, em Beja, pela secretária-geral Isabel Camarinha, no âmbito da semana de luta, que vai até sábado, dia 17, e que se prevê “regressar em 2023”.
No decorrer da visita de Isabel Camarinha foram revelados estes factos, pela União dos Sindicatos do Distrito de Beja (USDB), sobre os salários dos trabalhadores, em 2022, assim como recordados dados de 2019, que davam conta, nessa altura, que “a remuneração média mensal dos trabalhadores por conta de outrem se situava nos 15,8 por cento abaixo da média nacional, a oitava mais baixa do País”.
Para Isabel Camarinha, “estes números revelam o desinvestimento neste território anos seguidos, resultante da política desenvolvida pelos sucessivos governos, que esqueceram o Interior”. Acrescentou que “esta situação refletiu-se, também, na saída de população deste território para regiões litorais, assim como no abandono da região pelos jovens, tal como está descrito nos resultados finais dos Censos 2021”.
O relatório onde estes resultados são apresentados, diz, igualmente, que, “no distrito de Beja, o trabalho precário em que os trabalhadores com contrato não permanentes recebem em média menos 30-40 por cento do que os com contrato sem termo muito contribui para esta situação”. Acrescenta que, “em 2018, 43 por cento dos trabalhadores do distrito do setor privado tinham contratos precários, dados que não incluem o falso trabalho independente, os falsos estágios, o trabalho não declarado ou subdeclarado, o que significa que a percentagem é mais elevada do que a revelada”.
A questão do trabalho precário “leva ao abandono do território por parte das pessoas em vida ativa e jovens”, realça a secretária-geral da CGTP, sublinhando que “os dados do distrito corroboram isso mesmo”.
As pensões médias mensais de velhice são mencionadas, também, no relatório, onde se pode ler que “em 2019, no distrito, situavam-se abaixo da média nacional e abaixo do limiar da pobreza, calculado para o mesmo ano, com valores insuficientes para garantir um envelhecimento digno, ainda mais injusto para quem teve uma longa vida de trabalho”.
“Razões, mais do que suficientes, para reclamar, particularmente os trabalhadores e pensionistas do distrito de Beja, o aumento dos salários e das pensões, assim como a fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais como respostas imediatas, para fazer face ao agravamento brutal do custo de vida”, deixou claro à Voz da Planície Isabel Camarinha.
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