O encerramento de maternidades tem sido recorrente, durante este verão e um pouco por todo o País. O Hospital de Beja fechou esta resposta, nos últimos dois fins de semana.

Neste contexto, a presidente do Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), esclarece que “com mil partos, por ano, é preciso ter, 24 sobre 24 horas, dois médicos de serviço” e que “só se recorre a esta opção quando estas condições não estão garantidas”.

Para resolver esta falta, nos períodos de encerramento, as grávidas do distrito de Beja têm como possibilidade “os hospitais de Faro, Portimão, Évora, Setúbal e Garcia da Horta, na Margem Sul”, revela Conceição Margalha. Todos com distâncias de 80, ou mais, quilómetros da cidade.

“Formar e atrair médicos obstetras/ginecologistas, em tempo útil, para acudir a alguns problemas" não está a “ser possível”, sublinham alguns dos responsáveis nacionais, por maternidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O mesmo se tem passado no caso da ULSBA. Conceição Margalha disse à Voz da Planície que “foi aberto concurso nesta especialidade e as vagas não foram preenchidas”. Acrescentou que “há o recurso aos prestadores de serviços, que o novo diploma prevê e que já trabalham com o Hospital de Beja”, que os mesmos “estão a ser ouvidos, para verificar se querem fazer contrato”, mas que “ainda não é possível saber quantos e se vão aceitar”, frisou.

“Até quinta-feira, dia 4 de agosto, a Obstetrícia/Ginecologia do Hospital de Beja tem as escalas asseguradas”. Depois deste período, Conceição Margalha não consegue garantir, a esta altura, que a resposta funcione durante o próximo fim de semana, dias 6 e 7 de agosto.

Muitos dos hospitais públicos do País, com maternidades, estão, já, a pensar, com "preocupação", como resolver as faltas nos períodos de Natal e Ano Novo. E há muitas grávidas, avançava ontem a RTP1, a queixarem-se de se estarem a confrontar com a realização de “partos induzidos e cesarianas” devido a esta situação.