"Os trabalhos arqueológicos, coordenados por Consuelo Gomez e Jorge Vilhena, revelaram um achado excecional no contexto da pré-história recente regional, com a identificação de uma fossa escavada na rocha, contendo diversos enterramentos e deposições de restos de outros indivíduos, num total cerca de uma centena recolhidos até à data, mas cujo número final ainda poderá aumentar uma vez que os trabalhos ainda decorrem.
Na envolvente do sítio foram identificadas outras estruturas pré-históricas que apenas revelaram a presença de escassos materiais cerâmicos, enquanto que a fossa contendo os enterramentos e deposições constitui um caso de claro destaque pela presença de um conjunto tão significativo de indivíduos.
Estas estruturas foram detetadas durante a instalação do sistema de rega do projeto, que se encontravam a ser acompanhadas pela equipa de arqueologia, no âmbito das ações preventivas legalmente instituídas.
O conjunto de fossas agora descoberto, e também parte de um fosso que delimitaria um recinto, fariam parte de um complexo maior que permanecia inédito e que engloba distintos tipos de estruturas, incluindo espaços funerários e outros onde ocorreriam determinadas práticas cerimoniais.
Refira-se que nas proximidades do sítio agora descoberto já havia sido identificado um vasto recinto de fossos, genericamente enquadrado na mesma época, São Brás 3, e junto à Quinta de São Brás foi escavado, nos finais dos anos 70, um pequeno povoado fortificado da etapa final da Idade do Cobre, o Cerro dos Castelos de São Brás.
Nos últimos anos, como consequência da instalação de diversos projetos agrícolas têm sido promovidos inúmeros trabalhos arqueológicos, resultantes da estreita colaboração entre o Município de Serpa e a extinta Direção Regional de Cultura do Alentejo, que permitem um acompanhamento regular destas atividades por todo o concelho."
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