“Pagamentos em atraso, subsídio de férias e turnos, na Santa Casa da Misericórdia de Serpa têm afetado os trabalhadores das diversas valências desta instituição."
"Trabalhadores que foram de férias com promessas de receber subsídios no regresso, até 20 de setembro, que não se concretizaram, falta de materiais, como fraldas, e resguardos, na Unidade de Cuidados Continuados, dividas a fornecedores e à Segurança Social”, são denuncias feitas por trabalhadores, sindicatos do setor e movimento criado em defesa do Hospital de São Paulo.
Luís Mestre, do movimento em defesa do Hospital de São Paulo, fala de muitas destas situações, dizendo que “a fonte são os trabalhadores pois, apesar de estarem pedidas reuniões aos responsáveis - Santa Casa, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) e Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo - até à data não foram aceites.”
Para Luís Mestre “não há vontade política para resolver a situação”. Lembrando que “o Hospital de São Paulo está praticamente sem médicos e sem funcionar, em particular nas urgências noturnas”, Luís Mestre chama a atenção para o facto, de “terem sido retirados utentes, em janeiro e junho, deste ano, da Unidade de Cuidados Continuados porque o rácio de enfermeiros não era o adequado à prestação de serviços necessária”.
Para o movimento, e alguns partidos, a reversão para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) deste Hospital, com a respetiva integração dos trabalhadores a ele afetos, seria o caminho.
Contactada a Santa Casa da Misericórdia de Serpa, a vice-provedora Isabel Estevens, deixou à Voz da Planície esclarecimentos sobre o que se está a passar.
Isabel Estevens garante que “não há vencimentos em atraso”, admitiu, contudo, situações anteriores de “dois, três dias de atrasos, devido a procedimentos internos”.
Sobre os subsídios de férias e turnos, esclareceu que “em junho passado houve situações de tesouraria que não estavam previstas” e que “à data”, referindo-se ao dia de ontem, 20 de setembro, “não foram regularizadas, na totalidade, estas situações”.
Quanto às dívidas a fornecedores e Segurança Social, a vice-provedora garante que as mesmas têm sido suportadas “através de planos de pagamentos”, que a Santa Casa “assume o que está em incumprimento, assim como todos os esforços, que está a fazer, para reverter a situação na sua totalidade”.
Quanto ao acordo de gestão do Hospital de São Paulo, a vice-provedora revelou que vai ser “realizada, até ao final deste mês, uma reunião com os parceiros - ULSBA e ARSAlentejo, onde vão estar a Câmara e a União de Freguesias de Serpa - Salvador e Santa Maria”. Remeteu para depois deste encontro, resposta sobre a “continuidade do acordo de cooperação, assim como marcação de reuniões com as entidades que as requereram”, referindo-se ao movimento em defesa do Hospital de São Paulo, sindicatos e partidos.
Sobre a Unidade de Cuidados Continuados, com respostas no Hospital e Nossa Senhora de Guadalupe, Isabel Estevens sublinhou que “se está a trabalhar com diversos parceiros, em ações de acompanhamento, no sentido de melhorar os serviços existentes.”
Recordamos que a Santa Casa da Misericórdia de Serpa tem à sua responsabilidade a gestão do Hospital de São Paulo, através de um acordo de cooperação assinado entre ARSAlentejo, ULSBA e a instituição em causa, desde 2014.
Lembramos, também, que no final de agosto passado, houve um “compromisso por parte da Segurança Social de acompanhar, e fiscalizar, mais de perto tudo aquilo que é o trabalho desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia de Serpa”, no âmbito das competências desta entidade, feito ao deputado do PCP, eleito por Beja.
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