“Se há algo pelo qual a Ministra da Coesão é conhecida há muito tempo é por defender a ideia de que o Aeroporto de Beja tem um potencial de exploração muito grande”, afirmou a governante, à margem de uma visita que efetuou, no final da passada semana, às obras do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora.
Acompanhada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, Ana Abrunhosa foi questionada pela agência Lusa sobre uma deslocação que efetuou recentemente ao distrito de Beja, que não foi acompanhada pelos jornalistas.
Essa deslocação (notícia avançada na altura pela Rádio Voz da Planície), que envolveu reuniões técnicas, a 23 de março, além de Ana Abrunhosa, contou com a participação do ministro das Infraestruturas, João Galamba, assim como uma secretária de Estado, o Embaixador da China em Portugal, empresários deste país asiático e portugueses, entre outros convidados.
Segundo a ministra da Coesão, “a visita foi organizada por um conjunto de empresários portugueses, que associaram à visita a um conjunto pequeno de empresários chineses e o embaixador” da China.
A comitiva deslocou-se a “explorações agrícolas” com “produção de energia e projetos apoiados com fundos europeus e, depois, propiciou-se a visita ao Aeroporto de Beja, mas numa perspetiva de se perceber para as empresas o potencial que o aeroporto tem em termos de plataforma logística”.
“É um aeroporto que não tem ‘slots’, ou seja, é mais fácil o movimento de aviões e, portanto, foi uma visita de trabalho como normalmente fazemos”, resumiu Ana Abrunhosa.
A governante, que disse não ter falado com os empresários chineses, mas apenas com os portugueses, pretendeu perceber da parte destes “as necessidades que tinham, porque muitos deles fazem a produção de carne de vaca, portanto, criam os animais e, simultaneamente, têm painéis solares”.
“Não podemos ignorar que o Alentejo é talvez das regiões do mundo onde a produção de energia a partir do Sol tem melhores condições e hoje o transporte de energia é ainda caro”, referiu.
Portanto, “as empresas que usam muita energia nos seus processos de produção, enquanto não encontrarmos uma solução de armazenamento de energia e de transporte de energia, é óbvio que estes territórios que produzem energia são atrativos para as empresas se implantarem e a existência de um aeroporto que possa ter e tem condições para também ter uma plataforma logística é importante”, defendeu.
Na passada terça-feira, a TVI noticiou que um grupo económico com origem em Macau e negócios no Alentejo propõe que o Aeroporto de Beja seja usado como plataforma de transporte de carga aérea entre Portugal e a China, indicando que a ideia esteve em cima da mesa num encontro realizado no próprio aeroporto com três membros do Governo.
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