"A celebração dos novos contratos passa a ser da responsabilidade das Unidades Locais de Saúde (ULS), que prevê a generalização dos contratos individuais de trabalho dada a sua natureza empresarial, impossibilitando contratos de trabalho em funções públicas, que seriam mais favoráveis aos médicos e ao SNS.
Além disso, a solução apresentada extingue os concursos nacionais de colocação de especialistas, passando a estar na dependência do órgão máximo de gestão do estabelecimento de saúde integrado no SNS. Assim, o número de vagas e escolha dos candidatos ficam dependentes apenas dos critérios de cada instituição e da sua capacidade financeira, dando primazia aos interesses locais em detrimento das necessidades do todo nacional, o que agrava ainda mais os contrastes entre regiões.
A proposta irá promover desigualdades entre os candidatos, uma vez que os critérios de seleção serão diferentes entre júris, permeáveis a favoritismos, e colocam especialistas e consultores a concorrer no mesmo concurso para as mesmas vagas.
A FNAM defendeu os concursos nacionais de colocação dos recém-especialistas, não obstante a abertura a uma revisão do modelo atual, para a qual estamos disponíveis para contribuir com soluções, e assim harmonizar as necessidades assistenciais das várias regiões do país com, transparência, equidade e justiça do processo de seleção dos candidatos. Contudo, o MS mantém-se inflexível, sem acolher os contributos da FNAM.
Com o aproximar do fim do prazo legal, nesta sexta-feira, 7 de junho, para a abertura do procedimento concursal, após a homologação e afixação da lista de classificação final do internato médico, a FNAM exigiu que fossem aplicadas as regras da legislação em vigor para a colocação dos recém-especialistas nas várias áreas profissionais, de forma a evitar atrasos e prejudicar ainda mais o SNS", lê-se no documento enviado à redação da Voz da Planície.
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