"Promover na restauração os pratos tradicionais e característicos do território, respeitando a sua sazonalidade e recorrendo aos ingredientes produzidos localmente é um dos principais objetivos da iniciativa", refere a nota de imprensa da Câmara Municipal, responsável pela organização.
Na divulgação desta iniciativa, a autarquia deixa, também, as receitas das migas tradicionais, que pode provar nestes dias ou experimentar a fazer.
Migas-gatas de azeite. Chamavam-lhe migas-gatas por não terem qualquer conduto pois levam apenas pão, alho, azeite e sal.
Fritavam o alho no azeite e depois retiravam-no e cobriam o azeite com fatias de pão. Temperavam-nas com o sal suficiente, com água e ferviam-nas.
Quando começavam a ferver, faziam-lhe, no centro, um buraco com o palheto ou colher para permitir uma melhor circulação do molho e facilitar o cozimento do pão. Deixavam-nas secar um pouco e mexiam-nas. Serviam-nas com azeitonas.
Quando queriam que deixassem de ser gatas, acompanharam-nas com sardinhas ou carapaus fritos ou assados.
Migas-canhas ou brancas. Tinham o mesmo preparo que as migas-gatas ou de azeite, levando a mais o leite ou o almece que se lhe juntava, depois de cozidas na tijela de fogo, na palangana ou no prato de cada um.
Migas de torresmos. Estas levam torresmos não espremidos, alho e pão.
Fritavam os torresmos aos bocados pequenos e o alho. (Se os torresmos deitassem pouco pingo, deitava-lhe um pouco de banha). Retiravam o alho e procediam, em seguida, como nas migas de azeite, deixando ficar as presas de torresmos para que se misturassem ?om o pão.
A estas migas também davam o nome de migas de assobio por os pais aconselharem os filhos a assobiar sempre que encontrassem uma presa de torresmo. Era um divertimento para a pequenada.
Receitas textualmente reproduzidas da obra Monografia de Pias (Santa Luzia de Pias): Achegas históricas, arqueológicas e etnográficas, de Luis Figueira Borges, editada em 1986.
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