Esta segunda-feira, retomamos a questão do aumento do custo de vida, depois de o Governo ter anunciado, na passada sexta-feira, algumas medidas, nomeadamente a possibilidade de redução do IVA de determinados produtos básicos, bem como um aumento do subsídio de alimentação da função pública.
A Voz da Planície pediu a Miguel Bento, comentador para a área social, para nos explicar o alcance destas medidas.
Para este comentador o apoio às famílias, em período de crise, pode ser feito por várias vias: fiscal, políticas sociais, mas “pode-se fazer também por via dos salários. Aliás, a intervenção do Estado na regulação dos salários acaba por ser o instrumento mais eficaz de resposta aos períodos de crise”.
“O governo parece que abriu uma porta em relação aos funcionários públicos [no que toca a aumentos dos salários], e esperamos que depois também possa ter algum impacto sobre os salários do setor privado”.
Referindo-se às medidas avançadas na sexta-feira pelo Governo, Miguel Bento é da opinião que elas já veem tarde e dá como exemplos outros países da União Europeia em que alguns governos aboliram o IVA de determinados produtos alimentares considerados essenciais e outros em que essa taxa foi reduzida.
Contudo, acredita que a redução do IVA, por vezes, não se reflete no bolso dos consumidores, mas sim nos bolsos dos grandes grupos económicos.
O problema do aumento do custo de vida é um assusto que a Voz da Planície tem vindo a acompanhar e que continua a abordar esta semana, com outros intervenientes.
