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“Mantém-se desinvestimento na escola pública”, diz Manuel Nobre, do Sindicato de Professores

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“Mantém-se desinvestimento na escola pública”, diz Manuel Nobre, do Sindicato de Professores

No ano letivo que terminou “não foram tomadas medidas para defender a escola pública e os professores”, afirma Manuel Nobre, do SPZS. “A mobilidade por doença e os contratados são apenas alguns dos problemas que vão dominar o início do novo período de aulas, em setembro”, frisa.

O Sindicato de Professores da Zona Sul (SPZS) faz um balanço “negativo” da atuação do Ministério da Educação no ano letivo que passou. “A municipalização da educação, a falta de estratégias para a recuperação de aprendizagens devido à pandemia, assim como a questão da falta de professores”, são alguns dos aspetos que Manuel Nobre, presidente desta estrutura sindical, aponta, reiterando que se manteve, no ano letivo 2021/2022, o “desinvestimento na resposta pública de ensino, em todas as suas componentes”.

O período é de férias para os alunos, mas de trabalho para os professores, no que se refere à preparação do novo período de aulas, programado para setembro. E se a nota foi “negativa” no ano letivo passado, o SPZS avança, desde já, que “as perspetivas para o próximo estão longe de ser as desejadas e necessárias”. Pois “não há soluções anunciadas para a reposição do tempo de serviço, melhoria das condições de trabalho, redução do número de alunos por turma, rejuvenescimento da profissão docente, na questão da mobilidade por doença e, acima de tudo, no combate à precariedade”, deixa claro Manuel Nobre.

“O ano letivo 2022/23 vai começar com três mil professores que ficaram de fora devido à mobilidade por doença, aos quais serão acrescentados muitos que não vão conseguir assegurar as atividades e que terão de entregar atestados médicos. Há ainda três mil aposentações para gerir e problemas novos decorrentes da trapalhada com os contratados que vão deslocalizar, e agravar, a falta de professores, em várias regiões do País”, assegura o presidente do Sindicato.

“Faltam medidas estruturais para combater o problema da falta de professores e o governo, para resolver a questão dos horários incompletos em regiões como Lisboa e Algarve, vai condicionar contratados de outros lugares a procurar estes, para aí completarem o seu tempo profissional e até vincular-se. Logo não se trata de uma solução, mas sim de mudar o problema de sítio”, alerta Manuel Nobre. Acrescenta que “esta é uma situação que se vai verificar no distrito de Beja onde muitos professores vão procurar esta resposta aqui ao lado no Algarve”.

A propósito das “várias matérias que não foram resolvidas e que continuam sem fim à vista na educação”, o presidente do SPZS, revela que, “no distrito de Beja, a margem esquerda do Guadiana é o território onde há mais professores sem habilitações profissionais”.

“A possibilidade de contratação pelas escolas, através da sua reserva, levanta outros problemas”, explica o responsável sindical. “Quanto mais tempo o Ministério der aos estabelecimentos de ensino para estas contratações mais difícil será contratar e colmatar a falta de professores”, salienta.

“Com a União Europeia a exigir que as remunerações dos contratados sejam atualizadas, correndo o País o risco de ser multado se não fizer a reposição desta situação, os sindicatos querem debater, esta e todas as outras problemáticas que continuam por resolver, com o governo. Com enfoque na falta de professores, onde se prevê um agravamento da situação, tendo em atenção, logo à partida, o número de aposentações e a mobilidade por doença”.

“Está agendado um encontro com o Ministério da Educação para o dia 4 de agosto” e Manuel Nobre diz que “se espera uma nova atitude da tutela, que se quer ver espelhada no Orçamento do Estado para 2023”.

Realça estar em cima da mesa “recorrer a várias ações de luta, incluindo uma greve que pode acontecer a 5 de outubro, Dia do Professor”.


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