Em nota enviada à nossa redação, o movimento revela que tem vindo a questionar, desde 2019, a “negligência, abandono e de uma estratégia sustentável de longo prazo do Estado Português para este Parque Natural”, nomeadamente no que diz respeito à gestão e escassez da água da barragem de Santa Clara, entre outras preocupações.
O movimento Juntos pelo Sudoeste afirma que tem vindo a acompanhar esta situação, e que estão “perfeitamente conscientes que a reserva de água não tem sido reposta para os níveis médios desde 2013”, sublinhando que, tendo em conta as alterações climáticas, aquecimento global e seca, “a produtividade agrícola cresceu fortemente, fazendo com que haja necessidades de irrigação durante todo o ano”, porém “esta produtividade baseada em culturas intensivas sob plástico” não chegam a beneficiar a água da chuva, ou seja, “consomem 90% da água de Santa Clara”.
Segundo o Juntos pelo Sudoeste, “não só a gestão da água não evoluiu, como está atualmente entregue a uma entidade, a Associação de Beneficiários do Mira (ABM), que gere um bem público para fins privados”.
É acrescentado ainda que, “há pequenos proprietários que estão ver o abastecimento de água cortado pela ABM, enquanto se veem novas explorações gigantescas a serem montadas sob plástico. Por outro lado, a ABM afirma que corta a água apenas a pessoas que têm acesso à rede pública para consumo doméstico, mas isso significa que essas pagarão um valor muito mais elevado pela água, enquanto as grandes empresas têm e continuarão a ter acesso a água desproporcionalmente mais barata”.
O movimento conclui que, “na realidade a poupança é zero, trata-se apenas de continuar a garantir água barata para os "grandes" e água cara para os "pequenos”.
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