No documento, a JCP frisa que o "Governo teima em manter-se alheado da situação atual no que ao alojamento estudantil diz respeito, ignorando a gravidade da mesma e a verdadeira urgência nacional que a falta de camas para os estudantes deslocados constitui".
"Relativamente à medida da devolução das propinas é necessário frisar que esta apenas vem eternizar a propina como mecanismo que impede o acesso dos que menos têm ao ensino superior. Esta medida vem provar que há dinheiro para cumprir a Constituição e garantir a gratuitidade de todos os escalões de ensino, assim como evidencia, de forma ainda mais perversa, que a sua manutenção corresponde a um objetivo político de elitização deste tipo de ensino. Em suma, o problema essencial mantém-se, ou seja, o das dificuldades financeiras dos estudantes e a falta de resposta do Governo do PS", diz, igualmente, a JCP.
"O anúncio de isenção de IRS, para além de produzir efeitos apenas em anos futuros, é de alcance muito limitado visto que a maioria dos jovens trabalhadores auferem salários baixos, tornando o impacto desta medida diminuta. Não dando resposta à perda acentuada do poder de compra dos jovens trabalhadores, aquilo que é verdadeiramente necessário é o fim deste caminho de transferência de rendimentos do trabalho para o capital e o aumento geral dos salários enquanto emergência nacional", deixa claro a JCP.
"No que toca à gratuidade do passe para jovens até aos 23 anos importa dizer que o Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português (PCP) apresentou no ano passado uma proposta neste sentido, visando a gratuitidade dos transportes públicos, cuja rejeição pelo PS custou centenas de euros a milhares de jovens. Cada dia a mais de atraso nesta medida é um dia a mais nas exigências de custas às famílias e um dia a menos no processo de promoção do transporte público, pelo que não se compreende que a medida seja remetida apenas para o ano que vem", é esclarecido, igualmente, no comunicado.
"O anúncio de férias gratuitas nas Pousadas da Juventude para aqueles que concluem o ensino secundário, não é compatível com a capacidade das próprias pousadas, limitada a cerca de cinco mil camas, não podendo por isso significar mais um mecanismo de transferência de dinheiros públicos para um sector económico privado, como o turismo", é dito ainda.
A JCP frisa que "rejeita qualquer tentativa de enganar os estudantes com anúncios que não correspondem ao conteúdo das medidas, assim como falsas promessas e exercícios de propaganda que buscam iludir a juventude. É urgente, isso sim, o investimento na escola pública, o aumento geral dos salários e o fim da precariedade, a rejeição da mercantilização da natureza, a garantia do direito à habitação, à cultura e ao desporto, o combate à injustiça e todas as formas de discriminação".
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