“Apesar da chuva que tem caído, o pasto e o arvoredo seco vão continuar, ou seja, há muito combustível no terreno”, diz Domingos Fabela, da Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, vendo este período, em que o verão se aproxima, com “preocupação”.
Domingos Fabela assegura, contudo, que se “está a arranjar forma de dar resposta às necessidades com a nova estrutura que existe, em que Odemira e Vila Nova de Milfontes estão de fora".
"Há 13 corpos de bombeiros na sub-região Baixo Alentejo que estão a mobilizar 175 efetivos, a partir do dia 1 de junho, com a ajuda de cinco equipas permanentes, que fazem apoio ao abastecimento de água, para combater os incêndios rurais que possam ocorrer. Podemos tranquilizar e avançar que está tudo a postos para dar resposta, em termos de segurança, a pessoas e bens, neste período crítico”, deixa claro Domingos Fabela.
Os bombeiros do distrito estão prontos, mas “os recursos humanos não são assim tão abundantes”, esclarece Domingos Fabela.
No caso da sub-região Baixo Alentejo, “os apoios aéreos não diminuíram e conta com os meios localizados em Ourique e no Algarve. E depois deixa de ter sobre a sua responsabilidade uma das zonas de maior risco, ou seja, Odemira, permanecendo, contudo, as de Vidigueira e Moura. Há confiança na resposta que pode ser dada, mas”, salienta ainda Domingos Fabela, “há dificuldades em recrutar novos bombeiros pois os salários são pouco aliciantes e a saída de jovens do território é cada vez mais evidente. Não se consegue cativá-los para esta atividade”.
Carlos Pica, comandante da sub -região da proteção civil, reconhece ao “Diário do Alentejo” que “apesar dos bombeiros terem feito todos os esforços para cumprir as exigências, há falta de recursos humanos” o que leva a que “não seja possível colocar no terreno o dispositivo que estava planeado”. O comandante operacional, referindo-se, em particular, à falta dos meios aéreos no número previsto, lamenta ter sido “confrontado com estas alterações” e responsabiliza a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) por este contratempo.
Em anos anteriores, os bombeiros ajudaram a levar água potável às populações onde a mesma não era suficiente, no período de verão. Este ano, Domingos Fabela teme que o cenário se repita e lembra que “concelhos como os de Almodôvar, Ourique, Castro Verde e Mértola são zonas críticas”.
Em 2023 há outra questão que está de regresso e que preocupa os bombeiros. Domingos Fabela sublinha que “pode voltar a ser necessário assegurar o abeberamento aos animais” e que os «soldados da paz» podem “ajudar de novo se for necessário”.
Recordamos que os meios de combate a incêndios voltam a ser reforçados a 01 de junho, mas que é entre julho e setembro, conhecida pela fase mais crítica, o período que mobiliza o maior dispositivo, estando este ano ao dispor 13 mil e 891 operacionais de três mil e 84 equipas e duas mil e 990 viaturas, um aumento de 7,5 por cento em relação a 2022, segundo a tutela.
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