As propostas constam numa carta aberta assinada pelo presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA), Rui Garrido, e dirigida à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
Na missiva, esta federação reconhece “a absoluta necessidade de implementação de medidas que evitem a deflagração de fogos”, sobretudo, nas “zonas providas de coberto florestal no norte e centro do país”.
“Existem, no entanto, algumas situações na nossa região, que, pelas suas particularidades, deveriam, em nossa opinião, merecer outra atenção e até algum alívio e bom senso nas medidas restritivas agora decretadas”, afirmam.
Nesse sentido, a FAABA defende que seja definido para a região um horário para a utilização das máquinas debulhadoras, que, atualmente, se encontram em plena campanha de recolha de cereais.
“Propomos que seja permitida a debulha normal dos cereais, exceto no período entre as 13:00 e 17:00, em situações climáticas extremas em que tenha sido decretado o alerta vermelho para a região”, pode ler-se na carta.
A federação realça que “é normal” que se faça “a debulha de cereais no Alentejo com temperaturas acima dos 30.º”, pois “as zonas ocupadas por esta cultura situam-se em áreas desprovidas de coberto florestal” e “onde o risco de incêndio é diminuto”.
Para a FAABA, as atuais medidas também não dão a “devida cobertura” à instalação de sistemas de rega na região, cuja maioria dos casos implica “a utilização de retroescavadoras para abertura e fecho de valas”.
“Estas operações ocorrem geralmente em parcelas já gradadas, preparadas para a plantação e completamente limpas de pastos, onde o risco de incêndio é nulo”, sublinha.
Segundo esta federação, “o impedimento destes trabalhos está a prejudicar, não só os agricultores que necessitam de ter os sistemas instalados e prontos para a rega das plantas, na maioria dos casos já encomendadas, mas também as empresas de rega que estão impedidas de trabalhar”.
A FAABA sugere que também para a realização destes trabalhos na região seja estabelecido um horário.
Outras operações de preparação de terreno também poderiam ser executadas, exceto no período entre as 13h00 e 17h00, nem que para isso tivessem que ser “reforçadas as medidas de segurança contra incêndios”, acrescenta.
A FAABA apela ainda à governante para que, em conjunto com os vários ministérios envolvidos, dê seguimento às propostas, sustentando que estas medidas “não trarão um risco acrescido de incêndio”.
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