Os médicos dizem, em comunicado, que o Conselho de
Administração (CA) da ULSBA “mostrou vontade para, em conjunto, trabalhar no
sentido de resolver as problemáticas apresentadas”. É garantido neste documento
que os médicos de Medicina Interna ”vão continuar a assegurar os cuidados
médicos à população em todas as suas áreas de intervenção, com empenho
resiliência e dedicação, mantendo o objetivo prioritário de melhorar as
condições de atendimento aos doentes”.
O Conselho de Administração respondeu à comunicação social,
através do diretor clínico. José Aníbal revelou que se vai tentar resolver o
problema das contratações, no contexto regional, com a ajuda da Administração
Regional de Saúde. Avançou que foi criado um grupo de trabalho para resolver a
questão da regulamentação do chefe de equipa e Serviço de Urgências.
O CA da ULSBA afirma que entendeu esta matéria como um
alerta, diz perceber esta posição e disponibiliza-se para resolver as diversas
matérias apontadas dentro das possibilidades existentes e no contexto regional.
A falta de segurança, qualidade e de profissionais foram
algumas das situações apontadas no documento de demissão entregue, ontem, ao CA
da ULSBA, por parte de 12 chefes de equipa do Serviço de Urgência e subscrito
por mais seis em solidariedade com os colegas. Esta questão, mantém-se, assim
como a “escusa civil”. Vão trabalhar agora em conjunto.
A Comissão de Trabalhadores do Serviço de Medicina Interna do Hospital de Beja fez saber, entretanto, em comunicado, que está solidária com a posição tomada pelos assistentes hospitalares de Medicina Interna e para colaborar na resolução das questões laborais, revelando que reúne com o Conselho de Administração da ULSBA no dia 25 deste mês.
O deputado do PCP, eleito por Beja, João Dias, pronunciou-se, entretanto sobre este problema "há muito revelado e denunciado, através de vários requerimentos desta força política", afirma. João Dias reitera a necessidade de "terem de ser criadas condições para resolver todas estas matérias" e lamenta que "se tenha chegado à situação de terem sido os médicos a tomar esta posição".
O PSD pronuncia-se, em nota de imprensa e através da
Distrital, sobre a demissão dos 12 chefes de equipa do Hospital de Beja do
Serviço de Urgência. Refere que “a ausência de gestão e organização na saúde
neste Governo PS, tem levado os hospitais e as unidades locais a baterem no
fundo. A Sul já tínhamos o caso de Setúbal, agora Beja acaba de preconizar
estes sinais de cansaço e de esgotamento dos poucos profissionais que ainda
temos. Os utentes, esses já o sentem há muito tempo. Dificuldades no acesso a
consultas, meios de diagnóstico, médico de família, etc.”
Termina, sublinhando que “se a classe média do nosso
distrito tem sido satisfeita no sector privado, aqueles que mais precisam não
têm essa possibilidade, acabando por ser deixados para trás. Se o SNS numa
análise global sofre de doença crónica, em Beja ruiu na sua plenitude”.
© 2024 Rádio Voz da Planície - 104.5FM - Beja | Todos os direitos reservados. | by pauloamc.com