Intervir para aumentar a oferta de imóveis que podem ser utilizados para fins de habitação, simplificar os processos de licenciamento, assegurar que há mais casas no mercado de arrendamento, combater a especulação imobiliária e apoiar as famílias, quer no contrato de arrendamento, quer no crédito à habitação, são os objetivos identificados pela tutela sobre as medidas que revelou recentemente.
Recordamos que António Costa acenou, ainda, com a possibilidade do Governo recorrer ao "arrendamento compulsivo" de fogos vazios, passando o Estado a cobrir o pagamento de uma parte das respetivas rendas.
No caso do arrendamento compulsivo das casas que estejam devolutas, o Governo adiantou que serão colocadas no mercado, com rendas acessíveis, através de concursos públicos.
A Voz da Planície falou com quatro jovens que trabalham e vivem em Beja. Estão em faixas etárias em que já pensam nas questões da habitação e neste âmbito ouvimos as suas expetativas, os problemas que enfrentam e acima de tudo que desconhecem, em matéria de apoios ao arrendamento e aquisição de habitação, as propostas do Governo.
Nuno Silva tem 36 anos, vive e trabalha em Beja. Foi claro quando referiu que só “conseguiu arrendar casa com a ajuda de amigos”, reconhecendo que “esta oferta em Beja é reduzida e difícil de encontrar”.
Sabe que existem apoios para o arrendamento, mas reclamou que “muitas destas ajudas acabam nos 35 anos”. Neste âmbito frisou que já é “velho para estes apoios” e que “não tendo ainda a vida estabilizada, comprar não é para já uma possibilidade”. Quanto às medidas divulgadas, recentemente, pelo Governo, sublinhou que as desconhece, embora seja uma pessoa atenta às notícias.
Rui Ávila tem 27 anos, é farmacêutico e trabalha em Beja. Vive há “dois anos num quarto perto do local do emprego” e assegura que “não pensa, para já, em adquirir casa para habitação”.
Quanto às medidas divulgadas pelo Governo, foi claro quando referiu que as desconhecia.
Vera Brito tem 32 anos, vive em Beja, mas trabalha em Ferreira do Alentejo. Vive numa casa arrendada e comprar está “fora dos seus horizontes”. Queixou-se das “dificuldades que existem em encontrar uma casa para arrendar” na cidade. Sobre as medidas de apoio ao arrendamento, confessou “não conhecer”. Disse, contudo, que iria ficar atenta.
Cristina Silva tem 30 anos e vive em Beja. O agregado familiar que integra é composto por cinco pessoas e a habitação é arrendada. “Os preços elevados para arrendar” e “as dificuldades encontradas junto das instituições bancárias para comprar” foram apontados como entraves sérios nesta matéria. Depois desta conversa com a nossa rádio ficou alerta para as novidades.
Amanhã, e nos próximos dias, esta vai ser uma matéria para continuar a analisar aqui na Voz da Planície.
Recordamos, entretanto, que as medidas apresentadas pelo Governo são discutidas durante um mês, publicamente, prevendo-se a sua ratificação formal para o Conselho de Ministros de 16 de março.
As propostas, segundo o primeiro-ministro, atingem “os mais carenciados, os jovens e as famílias de classe média”.
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