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Política

Governo “único responsável” pela forma como termina ano letivo e vai começar próximo - PCP

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Governo “único responsável” pela forma como termina ano letivo e vai começar próximo - PCP

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) acusou o Governo de ser o “único responsável” pela forma como este ano letivo vai acabar e defendeu que o crescimento da economia não se está a “reverter em nada nos bolsos dos trabalhadores”.

Paulo Raimundo considerou necessário investir na educação e na escola pública e respeitar e valorizar os seus profissionais. “Exige-se o reconhecimento do tempo das carreiras congeladas dos docentes - seis anos, seis meses e 23 dias - tal como os professores assinalaram, e assinalam, com a sua expressiva luta”, salientou.

O dirigente do PCP sustentou que deve “exigir-se o fim da precariedade que, no ensino superior, afeta 53 por cento dos docentes” e referiu que, “dos 20 mil professores precários e com mais de três anos de serviço, o Governo apenas se compromete a vincular metade”, sendo que os restantes vão “continuar a viver no arame”.

“O Governo, por sua opção, é responsável pelas consequências na vida destes trabalhadores e é o único responsável pela forma como acaba este ano letivo e começa o próximo. (…) Também aqui se define o futuro da escola pública”, defendeu.

O secretário-geral do PCP frisou também que “três milhões de trabalhadores, 70 por cento do total, ganham menos de mil euros brutos por mês”, enquanto, em simultâneo, os “principais grupos económicos em Portugal tiveram, no ano de 2022, 20 milhões de euros de lucros por dia”.

“A economia cresce, todos os dias nos vão afirmando isso. É crescer por todo o lado, é sempre a subir, só que esse crescimento dessa economia não se reverte em nada nos bolsos dos trabalhadores, dos reformados. Mas há quem se esteja a abotoar, e muito bem, a esse crescimento”, disse.

Paulo Raimundo considerou que “é urgente pôr fim a este rumo, a esta realidade” e defendeu que “só a política patriótica e de esquerda permitirá aumentar rendimentos a quem trabalha, tributar o capital, valorizar a fixar a população no interior”.

Elencando várias medidas que o PCP apresentou na Assembleia da República, em particular laborais e no acesso a serviços públicos, Paulo Raimundo lamentou que essas políticas se confrontem, todos os dias, “com as opções do Governo”.

“Para lá dos encenados amuos do patronato, [essas opções] no essencial servem os seus interesses e protegem as normais mais gravosas para os trabalhadores do Código Laboral”, frisou.

Para Paulo Raimundo, “foi e é assim em tudo o que implica direitos e salários para os trabalhadores”, sempre que, “à frente da melhoria das condições de vida, se coloca a proteção dos lucros dos grupos económicos”, ou “sempre que é preciso abrir espaço para o negócio dos privados” no espaço de atuação dos serviços públicos.

“Em tudo isto, PS, PSD, Chega, IL alinharam como os astros se alinham nos seus objetivos”, frisou.

Com o Grupo Parlamentar do PCP e vários militantes a ouvi-lo, o secretário-geral comunista defendeu que “hoje, tal como sempre, será pela luta e pela organização dos trabalhadores que mais cedo ou mais tarde se vão impor as medidas que se exigem”.

“Medidas e propostas que o PCP irá continuar a propor”, assegurou.


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