A universidade alentejana revelou, em comunicado, tratar-se de uma ferramenta de apoio à tomada de decisão, que “permite a visualização do passado, presente e futuro”.
“Incorpora uma parte preditiva que combina resultados da aplicação de modelos estatísticos, análise espacial e modelos de inteligência artificial”, o que vai permitir “observar o futuro”, explicou a academia.
A aplicação foi desenvolvida entre a UÉ e a GNR, no âmbito do projeto Modelação e Predição de Acidentes de Viação no Distrito de Setúbal (MOPREVIS).
O projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, resultou de uma parceria entre a Universidade de Évora e o Comando Territorial de Setúbal da GNR.
Segundo a UE, “foram identificadas algumas vias de maior risco de ocorrência de acidentes”.
“Cada via foi segmentada em troços de 500 metros e a predição é obtida por troço para um dia e para um período temporal de ‘h’ horas”, sendo os resultados apresentados num mapa com informação por troço, onde também é possível consultar o histórico associado aos acidentes que ocorreram nesse percurso.
A predição “tem uma sensibilidade (probabilidade de predizer corretamente a ocorrência de um acidente) que varia entre os 71 por cento e os 82 por cento, conforme a via”, realçou.
Além disso, a ferramenta digital permite visualizar e analisar os dados dos acidentes ocorridos na zona de ação do Comando Territorial de Setúbal.
“Dispõe ainda de um atlas criado com base num novo indicador de gravidade concebido pela equipa do projeto e com base na identificação de ‘clusters’ de acidentes com vítimas”, acrescentou a academia.
A UE destacou que Setúbal é o distrito de Portugal com maior sinistralidade grave relevante.
"Se for possível contribuir para poupar nem que seja apenas uma vida humana, este projeto já terá sido um enorme sucesso e um relevante contributo social da academia através da aplicação do seu conhecimento, esforço e interação com a sociedade e com os parceiros que integram o projeto", considerou Paulo Infante, professor da UÉ e coordenador do projeto.
O Comando Territorial de Setúbal realizou uma formação sobre a nova aplicação dirigida aos oficiais e sargentos do Destacamento de Trânsito de Setúbal.
A criação de uma ferramenta deste tipo “era um dos desideratos do MOPREVIS, cuja informação permitirá à GNR um apoio científico à tomada de decisão e um contributo relevante para uma otimização da gestão dos recursos humanos e materiais para a prevenção da sinistralidade rodoviária grave”, segundo os promotores do projeto.
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