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Cânhamor avança em Garvão. Projeto "junta" palestinianos e israelitas em investimento

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Cânhamor avança em Garvão. Projeto "junta" palestinianos e israelitas em investimento

O presidente da Câmara Municipal de Ourique, Marcelo Guerreiro, visitou a Cânhamor, a fábrica de produção de blocos de cânhamo, em Garvão, acompanhado por Khalid Mansour, palestiniano e um dos responsáveis da empresa, que é constituída, também, por Azmi Afifi, também da Palestina, e Elad Kaspin, assim como Omer Ben Zvi, ambos israelitas. Os quatro são cidadãos alentejanos a viverem em Ourique e Odemira. Marcelo Guerreiro diz que "é com satisfação que vê esta união de esforços em Ourique".

Elad Kaspin, 34 anos, e Omer Ben Zvi, 36, ambos israelitas, compraram terras no Sul do Alentejo há oito anos. Fascinados pela planta de cânhamo, sonharam implementar uma fábrica para explorar uma das suas inúmeras aplicações. Foi no final de 2020 que concretizaram o sonho, quando Khalid Mansour, de 45 anos e Azmi Afifi, 50, ambos palestinianos, também vieram para Portugal e compraram terrenos. Investiram juntos o capital necessário para iniciar a empreitada e, da experiência e iniciativa dos quatro, começou a aventura a que chamaram Cânhamor. “Os quatro parceiros são bons amigos e estamos muito felizes por trabalhar juntos em sinergia como palestinos e israelitas", avançaram à Canna Reporter, em 2022.

O objetivo destes empreendedores, que são cidadãos do Alentejo e a viverem em Ourique e Odemira, "é incentivar a economia local com o mínimo de pegada ecológica possível e, claro, muito amor. Desta improvável relação de amizade israelo-palestina, nasceu a Cânhamor. Um trouxe a ideia, um trouxe o financiamento e o terceiro trouxe a iniciativa e a ação. Hoje, as pessoas que fazem este negócio funcionar são igualmente os trabalhadores dedicados, que produzem blocos de alta qualidade todos os dias", pode ler-se na mesma publicação.

Marcelo Guerreiro, presidente da Câmara de Ourique, visitou o andamento das obras em Garvão e teve a oportunidade de verificar que as mesmas "estão a avançar a bom ritmo, esperando-se que a nova unidade fabril esteja a funcionar durante o verão do próximo ano". 

"O Município de Ourique mantém uma atitude proativa de criação de um ambiente favorável à instalação de projetos empresariais que valorizem o território e criem emprego, como é o caso da Cânhamor", frisou Marcelo Guerreiro, mostrando satisfação com o facto deste ser "um projeto que vai criar 30 postos de trabalho, em que a Câmara só teve de ceder um terreno sobre uma área de 36 457,44 m2, em Garvão, assim como apoiar novos investimentos no concelho."

De acordo com a empresa que está a investir em ourique, a construção da unidade fabril, “que promete revolucionar os setores da construção e agricultura”, representa um investimento de 15 milhões de euros. “Vai ser a primeira e única fábrica do mundo a controlar todo o processo produtivo”, desde “a matéria-prima até ao fabrico e venda do produto final”, avançaram os promotores que apontaram o início da operação “entre maio e junho de 2024”.

A empresa diz, igualmente, que pretende “trabalhar diretamente com a comunidade local” e “incentivar os agricultores a produzirem a matéria-prima”. Com isto, prevê “aumentar os postos de trabalho, encurtar o tempo de produção e reduzir os custos e o preço da venda do produto final” ao setor da construção civil.

Segundo o diretor da Cânhamor, Elad Kaspin, com a entrada em funcionamento da nova unidade, será criado “um novo ciclo” que permitirá “controlar todo o processo produtivo” e, ao mesmo tempo, ficar “mais dependente dos agricultores e da comunidade local e menos dependente dos importadores habituais”.

“Os blocos de cânhamo são uma opção de construção sustentável 100 por cento ecológica, amigos do ambiente e económicos e, no setor da construção, ainda não há muitas opções sustentáveis disponíveis no mercado”, frisou. A procura por “materiais mais alternativos e ecológicos está a aumentar, as pessoas com uma consciência ambiental maior optam por trabalhar com esta solução, pelo que a construção da nova unidade surge, também, neste seguimento”, sustentou o responsável.

Criada em 2021, a Cânhamor é a primeira empresa produtora de cânhamo em Portugal que apresenta uma solução 100 por cento ecológica para a construção civil: os ECOblocos - uma alternativa ao material utilizado na construção convencional e já tem uma unidade a funcional em Colos, no concelho de Odemira.

Em Colos dispõem de "uma área muito grande, de milhares de hectares de terra que não é usada e que é ideal para o cultivo de cânhamo, ajudando a regenerar o solo e a dar negócios a muitos agricultores locais. O processo de secagem e cura dos blocos leva, normalmente, até 60 dias", esclarecem os empreendedores.





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