Estas greves em vigor ao período da manhã decorrem ao mesmo tempo de uma greve por tempo indeterminado às horas extraordinárias, que abrange a hora de almoço e das 17h00 até às 09h00 do dia seguinte. Simultaneamente, decorre uma outra greve convocada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), que abrange o período entre as 13h30 e as 24h00.
Todas estas greves afetam o normal funcionamento dos tribunais e, segundo António Marçal, levam ao cancelamento de julgamentos e diligências.
Em causa estão os mesmos motivos de carreira e de trabalho que levaram à realização de greves prolongadas dos funcionários judiciais ao longo de 2023, considerando António Marçal que a situação se tem "agravado" com a aposentação de cerca de 300 profissionais no ano passado.
Em contrapartida, disse, o anunciado reforço de 200 novos funcionários vai ficar muito aquém do esperado, já que muitos deles desistiram da carreira e só um "número baixo" de oficiais de justiça se encontram no chamado período experimental.
Recentemente, António Marçal justificou que na base das greves e dos protestos da classe está o “reconhecimento e valorização do trabalho realizado fora das horas de serviço, garantindo, assim, um regime de aposentação justo”, bem como o “reconhecimento dos riscos, em termos de saúde, para uma carreira que todos os dias trabalha com portadores de doenças infetocontagiosas, nomeadamente na realização de inquirições e primeiros interrogatórios de arguidos detidos, sem quaisquer condições”.
De acordo com o SFJ, está ainda em causa a abertura de um processo negocial para contagem do tempo de congelamento da carreira dos oficiais de justiça, a colocação a concurso de todos os lugares ocupados, em regime de substituição/escolhas, o reforço do quadro de oficiais de justiça, em número suficiente a garantir o seu normal e regular funcionamento e o direito a férias, nos termos da lei geral.
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