“Numa primeira estimativa estamos a falar de cerca de 15 milhões, entre habitação – primeira e segunda habitação –, prejuízos na agricultura, prejuízos no turismo e prejuízos na área da floresta”, afirmou a governante. “Vamos ainda detalhar mais esses prejuízos e é normal que este número aumente um bocadinho”, acrescentou.
A ministra falava aos jornalistas em Odemira onde se reuniu com os presidentes das câmaras de Odemira, de Aljezur e de Monchique, ambas no distrito de Faro, assim como com representantes de diversas entidades públicas e de associações locais. Na reunião marcaram igualmente presença os secretários de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, da Habitação, Fernanda Rodrigues, e da Agricultura, Gonçalo Rodrigues.
A ministra da Coesão Territorial definiu que “a grande prioridade” passa por recuperar as primeiras habitações totalmente danificadas pelo incêndio, num total de oito famílias afetadas, “que serão apoiadas através do programa ‘Porta de Entrada’”.
“Depois, estamos já a trabalhar com os municípios na estabilização de emergência dos terrenos porque, vindo as chuvas, temos que impedir que os solos se degradem ainda mais e que haja situações mais graves”, acrescentou.
Para a área do turismo, a governante explicou que muitas das unidades afetadas “têm seguros”, sendo que a parte não coberta pelas seguradoras pode ser sujeita a um apoio a fundo perdido, “a uma taxa de 70 por cento”, através das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e do Algarve.
Ainda no setor do turismo, Ana Abrunhosa disse que já foi criado um grupo de trabalho a nível local para trabalhar na atratividade do território, que “desde a pandemia tem um problema de reputação e de imagem de destino”.
Relativamente à agricultura, a ministra lembrou que já foram atribuídos “apoios à alimentação” dos efetivos pecuários e que ainda está “para sair o despacho [com os apoios] para os apicultores”.
“Depois serão [definidos] os apoios à reposição do potencial produtivo”, acrescentou, explicando que estes permitirão “replantar as árvores que se perderam, as vedações, os sistemas de rega, as máquinas e as alfaias agrícolas”.
Nos planos do Governo está igualmente a constituição de uma Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP), abrangendo os três municípios e envolvendo também privados, que poderá ter financiamento a fundo perdido de 100 por cento, através do Plano de Recuperação e Resiliência.
A ministra da Coesão Territorial revelou que daqui a 15 dias” estará feito o levantamento final dos prejuízos causados pelo incêndio e que dentro de “um mês haverá uma nova reunião”.
“Como até agora tem tudo corrido dentro do que estava previsto, nada nos leva a crer que no espaço de um mês não tenhamos, de facto, as medidas aprovadas e definidas”, disse o presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro, depois desta reunião que juntou autarcas dos concelhos afetados e governantes.
O presidente da Câmara de Odemira espera que já exista “uma resolução do Conselho de Ministros” que possa “congregar todas as medidas” de apoio que foram discutidas durante a reunião. “Seja em resolução do Conselho de Ministros – que era aquilo que nos parecia mais eficaz – seja numa outra forma qualquer, [esperamos] que as medidas estejam estruturadas e no terreno”, disse.
“Uma das coisas muito importante nesta reunião foi falarmos de futuro. E futuro é não voltar a cometer os mesmos erros que se têm cometido ao longo dos anos, em que temos um espaço que tem sido objeto de incêndios que têm, de alguma forma, criado prejuízos enormes”, acrescentou Hélder Guerreiro.
Questionado pelos jornalistas sobre o futuro das oito famílias que viram as chamas destruir na totalidade as suas primeiras habitações, Hélder Guerreiro afiançou que estas poderão ser apoiadas através do programa "Porta de Entrada".
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