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Cultura

Festival Futurama reúne música, artes visuais, cinema e muito mais

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Festival Futurama reúne música, artes visuais, cinema e muito mais

Entre espaços patrimoniais, culturais e naturais, a 1.ª edição do Festival Futurama decorre ao longo de quatro fins de semana, em Mértola, Beja, Serpa e Castro Verde. John Romão, diretor do projeto, faz um balanço positivo das iniciativas que têm sido promovidas nos territórios alentejanos que fazem parte deste “ecossistema cultural”.

A partir do dia 30 de setembro arranca este evento que conta com colaborações com o país vizinho, Espanha, e apresenta uma série de atividades que cruzam diferentes expressões artísticas.

John Romão, diretor artístico do projeto, sublinha que esta primeira edição do Festival Futurama “nasce com o objetivo de enquadrar algumas atividades que foram acontecendo ao longo de 2021 e 2022”, dando o exemplo das residências artísticas e das colaborações com grupos corais de cante alentejano e escritores.

“Por um lado enquadra publicamente esses projetos e apresentações finais e por outro, encomenda novas intervenções artísticas, novas colaborações entre artistas portugueses e estrangeiros”, explica.

“O que interessa ao Futurama” é o diálogo de cruzamento entre disciplinas artísticas, como a música, artes visuais, performance, cinema e serão igualmente promovidos diversos workshops para a população, refere o responsável.

Sobre a programação destaca que em Mértola, dia 30 de setembro, haverá apresentação da colaboração entre Gaspar Varela, guitarrista de guitarra portuguesa, e Yierai Cortés, guitarrista de flamenco.

Em Beja, dia 8 de outubro, Filipe Sambado e Yamila sobem ao palco para um concerto comissionado único, que resulta de uma residência artística conjunta.

A cidade de Serpa, dia 14 de outubro, recebe a apresentação de uma dupla que reúne Pedro Galinha, Dj e produtor musical português, e Álvaro Romero, cantor de flamenco.

Em Castro Verde, a harpista espanhola Angélica Salvi sobe ao palco com o grupo de jovens Tocadores de Viola Campaniça de Castro Verde, no último dia do Festival Futurama, a 22 de outubro. A programação completa será anunciada brevemente.

John Romão revela também que o evento contempla instalações artísticas, sendo que em Beja vai participar a artista e ilustradora Wasted Rita, que fará uma intervenção no espaço público com duas instalações. Em Serpa, Filmani, artista italiano que desenvolve intervenções entre a serigrafia e a instalação física com materiais reciclados, irá desenvolver uma instalação permanente na cidade.

O diretor artístico do Futurama explica que ao desenvolver este projeto os responsáveis decidiram “enfrentar um caminho difícil”, pois não é um percurso que obtém resultados fáceis, “no sentido em que são imediatos”. É um caminho de investimento, de construção, de persistência, que passa por um lado pela sensibilização para práticas artísticas mais experimentais, mais contemporâneas, em diálogo com praticas artísticas mais tradicionais. No Baixo Alentejo é onde a arte tradicional é mais expressiva.

Para John Romão, interessa ao projeto “ampliar uma rede de sensibilidades mais contemporâneas a partir daquilo que a população conhece”, na dimensão mais tradicional.

Outra linha do Futurama é a da componente educativa. No ano passado consolidaram-se algumas parcerias com escolas secundárias, através do projeto “O que é isso do contemporâneo?”, bem como com alunos do Conservatório Regional do Baixo Alentejo e Escola Artística António Arroios de Lisboa.

Em 2022 os responsáveis pelo projeto aprofundaram ainda mais essa importância do papel educativo e começaram um projeto anual denominado de “Artistas nas Escolas”, que compreende residências de artistas que vão para todas as escolas secundárias dos quatro municípios parceiros, desenvolver um workshop, que terá também uma apresentação pública no âmbito da programação do Festival Futurama, em cada município.

Ao Futurama interessa “ocupar um lugar de construção” neste caminho da educação artística junto dos mais novos, “de uma população que quer ser acarinhada através da cultura”, através das praticas artísticas e que está ansiosa por novas experiências. “Esta camada de população mais jovem é o futuro não só do País, mas da região”, frisa.

O diretor do projeto faz um balanço positivo do projeto desde o seu início, ainda que numa escala muito reduzida da escala que pretendem construir. Realça que começaram no ano passado com as atividades regulares e pontuais e que este ano já damos “mais um passo” ao adicionar o Festival Futurama que enquadra uma série de atividades, incluindo a apresentação pública do que tem vindo a ser desenvolvido.

No próximo sábado, dia 24, às 16h00, pode ainda aproveitar uma “Constelação”, que se trata de um diálogo informal entre dois artistas, no Logradouro do Centro Unesco, em Beja. A atividade será com Ana Santos, música alentejana que já é bastante familiar na região, que vai estar à conversa com Tó Trips, guitarrista que é reconhecido como um dos músicos portugueses mais interessantes das últimas décadas.

O Futurama - Ecossistema Cultural do Baixo Alentejo é um projeto que tem como propósitos dinamizar a região do Baixo Alentejo através de uma sinergia entre os municípios de Serpa, Mértola, Castro Verde e Beja, promovendo a oferta cultural e a integração da comunidade com práticas artísticas contemporâneas em articulação com instituições de ensino, entre outros.


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