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Saúde

Feridas e pé diabético: Baixo Alentejo “no topo da taxa de amputações”

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Feridas e pé diabético: Baixo Alentejo “no topo da taxa de amputações”

Com o envelhecimento da população, cada vez mais se verificam casos de feridas complexas, associadas a várias doenças e, em particular, ao pé diabético. Regina Candeias, coordenadora da Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas da ULSBA alerta para esta problemática.

Uma ferida crónica ou complexa é uma ferida que tem cicatrização retardada ou que não faz cicatrização, começa por definir Regina Candeias, cirurgiã geral do Hospital de Beja, com área de interesse em feridas e pé diabético, é também coordenadora da Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.

O pé diabético é quando o doente com diabetes de longa duração tem diminuição de sensibilidade e alterações da forma do pé, por estas razões “não sentem” o que leva à existência de feridas, que têm uma cicatrização particular.

A problemática que se coloca é que estes doentes têm uma diminuição na qualidade de vida, frisou Regina Candeias. Por vezes, há doentes que “têm feridas há anos, muitas vezes décadas e, acabam por conviver com elas como se fossem normais”. A dor e o odor podem ser intensos o que leva à sua própria exclusão social. O pé diabético é um verdadeiro problema de saúde pública, defende.

No Baixo Alentejo, com o envelhecimento da população, “cada vez mais se assiste à existência de feridas complexas”, o que tem vindo a obrigar as unidades de saúde a se adaptarem a esta realidade.

A abordagem a estes doentes tem de ser multidisciplinar, em que vários profissionais de saúde têm de estar incluídos, nomeadamente médicos de várias especialidades, enfermeiros, nutricionistas, entre outros especialistas. “Têm que estar envolvidos e em articulação com os diferentes níveis de saúde”, ou seja hospitalares e cuidados primários.

Na área de abrangência da ULSBA, a médica refere que “existe cada vez mais uma maior incidência deste tipo de feridas”. “No Baixo Alentejo existe uma grande taxa de idosos”, com várias comorbilidades, muitas vezes com diabetes de longa duração.

“O pé diabético é importante na medida em que tem complicações graves como por exemplo, a amputação”. “Nos últimos anos estamos no topo da taxa de amputações” ressaltou a especialista nesta área, e, é um objetivo relevante diminuir essa taxa, que passa também pelo “controlo da diabetes”.

Promover a literacia e a educação nesta temática, tanto a nível dos doentes como a nível dos cuidadores é muito importante na prevenção deste tipo de doenças e complicações associadas.

Sobre os doentes diabéticos, a médica explica que muitas vezes não observam os próprios pés, o que leva pessoas, cada vez mais novas, a amputar o membro do corpo. Sensibiliza para que os doentes tenham atenção ao sinais, em particular aos pés.

A inexistência de cirurgia vascular no Baixo Alentejo faz com que os doentes tenham de se deslocar até Lisboa, para serem observados. Muitas vezes há um atraso na observação desses doentes, o que pode culminar em amputações, alerta a médica Regina Candeias.

Este é o tema de destaque da rubrica Uma Questão de Saúde desta semana, oiça a entrevista completa a partir de terça-feira no nosso site ou na nossa emissão, às 9h30 com repetição às 16h30.


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