"Vilas viveu parte da infância na aldeia, que só deixou quando o pai foi trabalhar para a Base Aérea de Beja. Começou a desenhar desde que se lembra. Uma paixão que lhe parecia natural e que auspiciava um percurso diferente. Mas Vilas nunca gostou muito da escola. No 8.º ano deixou as aulas e foi trabalhar como operário da construção civil. Nunca frequentou escolas de artes, nem teve nenhum mestre.
O tempo trouxe-lhe maturidade e arrojo: em 2004 concorreu à Galeria Aberta, e acabou por expor o seu trabalho na Casa das Artes – Museu Jorge Vieira, chegando a ganhar uma Menção Honrosa. Depois disso, a vida seguiu. Fez várias exposições individuais e participou em várias exposições coletivas. Boa parte na Casa da Cultura de Beja.
Em 2017 foi convidado a expor uma retrospetiva da sua obra no Edifício Central do Município de Lisboa, ocasião em que foi publicado o livro Vilas, natureza em contraste (Letras Paralelas) e exibido o filme, Eu Mesmo, de Joaquim Silva, acerca da sua obra. Um “momento especial” que Vilas recorda com alguma emoção. De então para cá as coisas pouco mudaram. Vai fazendo “o que aparece”. Quando tem menos trabalho, desenha mais. Quando tem mais trabalho, desenha menos. Mas desenha sempre: “É uma coisa que nasceu comigo”.
Pelos seus olhos desfilam javalis, touros, burros e cabras, plantas mais ou menos exóticas, catos, árvores desgrenhadas, a terra seca…. É esta a paisagem que o habita. E que partilha connosco, com a generosidade que o caracteriza", é revelado no documento de divulgação desta exposição.
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