Santiago Macias, historiador e investigador, atual diretor do Panteão Nacional, conta à Voz da Planície o que podemos encontrar nesta exposição.
"Se começarmos pelo título”, refere o autor, “o Cálamo é o antepassado da caneta. É uma cana, com a qual se escrevia. E o drone, hoje toda a gente sabe o que é. A exposição, pega num livro de século XVI, um levantamento das fortalezas da fronteira — embora a exposição naturalmente só se ocupe daquelas que são da raia alentejana, e reinterpreta-as a partir do desenho do século XVI”.
Este projeto, apoiado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR), parte de um livro de Duarte Darmas, arquivado na Torre do Tombo e mandado fazer pelo rei, em que apresenta desenhos das fortalezas em duas perspetivas opostas, apresentando também desenhos das alcáçovas dos castelos. O objetivo do rei era ter uma noção precisa por onde passavam as suas fronteiras, demarcar o território, saber quais os locais em que se encontravam as suas fortalezas e em que estado estavam.
Para Santiago Macias, “Duarte Darmas fá-lo de uma forma genial, porque inventa preservativas, ou seja, mostra-nos as localidade de uma forma que nós não as conseguimos ver ao nível do solo”. O historiador brinca, dizendo que Duarte Darmas junta ao levantamento “algo parecido ao AutoCAD [programa de computador utilizado por arquitetos e engenheiros] e o Photoshop [programa de computador utilizado para trabalhar fotografias]”, sem nunca ter sabido o que era um computador.
O objetivo da exposição é aproximar o património das pessoas, ao mesmo tempo que simplifica e descodifica a visão de um livro do século XVI, explicando também “a importância patrimonial que as nossas localidades têm”.
De destacar que a importância do livro é também o objetivo da exposição. Para Santiago Macias, falamos de “uma obra prima de valor mundial”.
© 2024 Rádio Voz da Planície - 104.5FM - Beja | Todos os direitos reservados. | by pauloamc.com