Terminou em fevereiro passado o prazo para a discussão pública do Plano Ferroviário Nacional (PFN), um documento que define um conjunto de investimentos e projetos até 2050, e que muitas linhas tem feito correr na nossa região.
A não inclusão da modernização e eletrificação do troço Beja-Ourique/Funcheira, para Sul (que neste momento não está em funcionamento), no Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030) e no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) levou a que instituições, partidos políticos e movimentos tenham vindo a público opinar sobre a matéria.
Para o passageiro comum, estes programas e planos passam completamente ao lado, o que realmente sentem são as dificuldades na utilização e, acima de tudo, têm receio que este serviço seja descontinuado, deixando muita gente sem acesso a um transporte público.
A grande maioria dos passageiros com quem falámos, usa com frequência este meio de transporte, principalmente para se deslocar a consultas e exames médicos, seja no sentido Beja-Lisboa, ou no sentido inverso, vindos de Cuba, Vila Nova da Baronia ou Alvito para a capital de distrito.
Mas há também quem utilize o comboio para ir trabalhar ou para estudar. Nos dias de maior movimento (sextas e domingos) a estação de Beja pode acolher mais de 120 pessoas num só dia.
Neste momento existem cinco ligações Beja-Lisboa-Beja, e pelo que nos foi dito, o maior número de partidas nos últimos anos.
Trata-se de um transporte cómodo e económico refere a maioria das pessoas. E, apesar do transbordo em Casa Branca, de pontuais atrasos e avarias, ainda consegue ser uma forma de chegar rapidamente à capital.
A não eletrificação da linha do Alentejo Beja-Casa Branca e Beja-Funcheira, das poucas do País por reconverter, cria constrangimentos na vida dos seus utilizadores. Na ligação Beja-Lisboa os problemas passam por maiores tempos de viagem; o transbordo em Casa Branca, estação que não está preparada para acolher passageiros, e as próprias condições das composições. Contudo, todos, sem exceção, defendem que a ligação ferroviária a Lisboa é fundamental.
A tão esperada eletrificação, que fará com que a ligação a Lisboa possa ser direta e logo mais rápida, poderá vir a trazer outro tipo de problemas, nomeadamente para os próprios trabalhadores da IP, que, serão “desnecessários” para o trabalho na plataforma.
A Voz da Planície agradece a disponibilidade a todos os que colaboraram nesta entrevista: José Baguinho, Rebeca Reis, António Palma, José Raimundo, António Azevedo e Inácio Calhau.
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