Em comunicado, a Aquila Clean Energy, plataforma de energias renováveis da Aquila Capital na Europa, explicou que formalizou hoje uma parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que permite a realização de um “estudo prévio dos efeitos” desta central fotovoltaica “na biodiversidade” e “na qualidade dos solos”.
“No âmbito desta parceria, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, através da FCiências.ID e do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais e do IDL – Instituto Dom Luiz, vai proceder à caracterização da situação de referência de biodiversidade e dos solos na área de construção da central fotovoltaica do Cercal”, lê-se no comunicado.
Durante o estudo, serão utilizadas “diversas metodologias de investigação científica”, referiu a empresa, acrescentando que “antes do arranque das obras, vai ser possível caracterizar em detalhe a qualidade do solo, a riqueza específica do local em termos de fauna e flora e também os microclimas locais”.
Numa fase posterior, o estudo permitirá “apoiar na definição de iniciativas locais com vista à preservação da biodiversidade local e na promoção de práticas agrícolas mais ajustadas ao seu potencial”, indicou.
O objetivo é garantir “uma compatibilização entre a produção de energia e a manutenção das práticas agrícolas”, aliadas “à preservação da biodiversidade local e proteção de espécies com interesse de conservação”, adiantou.
Segundo a empresa, a FCiências.ID está a implementar um Plano de Monitorização da Temperatura, já aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente, no âmbito das medidas inscritas na Declaração de Impacte Ambiental.
Isto implica, “a instalação de equipamentos de última geração em termos de monitorização de temperatura”, para “analisar de forma precisa os eventuais impactes da central na temperatura circundante, propondo medidas de mitigação caso estas se revelem necessárias”.
Para Manuel Silva, da Aquila Clean Energy, esta parceria “traduz a preocupação” e “o respeito pelos territórios, valores naturais e locais e com a sustentabilidade”.
“Queremos também assegurar que, além de ajudar a cumprir o objetivo de descarbonização do setor eletroprodutor, esta central poderá coexistir com atividades agrícolas, em respeito pela biodiversidade local e sem consequências na temperatura ambiente”, frisou o responsável, citado no comunicado.
Por seu lado, Luís Carriço, diretor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, defendeu que “as colaborações com empresas como a Aquila Clean Energy tornam possível colocar ao serviço da sociedade o melhor conhecimento disponível e a inovação que é desenvolvida na Faculdade de Ciências”.
A Cercal Power S.A., pertencente ao grupo Aquila Capital, é a empresa que detém o projeto desta central solar, a qual envolve um investimento global previsto de 164,2 milhões de euros.
Esta central solar, com uma capacidade instalada estimada de 275 megawatts (MW), deverá entrar em exploração em 2024 e fornecer energia limpa a 141 mil casas.
O projeto, que já recebeu Declaração de Impacte Ambiental favorável condicionada, tem sido contestado pelo movimento cívico Juntos pelo Cercal, que junta moradores e empreendedores daquela freguesia.
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