Há produtos que têm aumentado mais do que três e meio por cento, a média geral dos que constam de um cabaz alimentar básico, nomeadamente o pão, os cereais, a carne e ainda os óleos e gorduras. O leite, queijo, ovos também sofreram aumentos acentuados, tal como os produtos hortícolas.
"Em três meses aumentos da ordem dos 3%, 4% é imenso", refere Francisca Guedes de Oliveira, economista e professora na Católica Porto Business School, assinalando o facto de estas subidas ocorrerem num contexto "ascendente" e em "produtos de primeira necessidade", com "muito peso no orçamento das famílias" sobretudo as de rendimentos mais baixos.
Carlos Martins, professor de estratégia empresarial na Universidade Lusíada do Porto, realça, por seu lado, que a subida da inflação acabará por ter uma consequência: "as pessoas vão ter tendência para comprar menos e haverá uma quebra do consumo", refere, assinalando que o consumo privado é uma das componentes com relevo no Produto Interno Bruto (PIB) português.
A esta possível quebra do consumo por parte das famílias, junta-se o aumento da estrutura de custos das empresas - pelo efeito da subida da fatura energética e das matérias-primas, em parte provocada pela disrupção nas cadeias de transporte e de abastecimento. A este rol de "maldições", Carlos Martins acrescenta o possível "aumento do preço do dinheiro", situação que terá também reflexos junto das famílias e das empresas.
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